Japão marca o início da conquista da Fita Azul, a Taçados Invictos de 1972

Há 51 anos, no dia 26 de maio de 1972, o Santos vencia a Seleção Japonesa por 3 a 0 com gols de Pelé (2) e Jader e dava início à excursão que levaria sua Fita Azul, a Taça dos Invictos. O eterno Rei Pelé jogou sua única partida com a camisa do Santos na Terra do Sol Nascente na vitória do Alvinegro Praiano em partida amistosa no Estádio Olímpico Nacional de Tóquio. As 53 516 pessoas alcançaram o recorde de público no Estádio Nacional, para ver o confronto. Antes do jogo, o príncipe (futuro imperador) do Japão, Akihito, e a princesa Michiko, desceram ao campo para cumprimentar o Rei do Futebol, Pelé. Naquele 26 de maio, uma sexta-feira festiva para os japoneses, o técnico Jair Rosa Pinto levou a campo a seguinte formação: Cláudio (Cejas), Orlando Lelé, Vicente (Paulo Dávoli), Altivo e Zé Carlos; Leo Oliveira e Nenê; Jader (Ferreira), Alcindo (Adilson), Pelé (Turcão) e Edu. Com a vitória por 3 a 0, com dois gols de Pelé e um de Jade, o Santos garantiu a invencibilidade durante sua excursão e o título da Fita Azul, a Taça dos Invictos. O Santos passou pelo Japão, Hong Kong, Tailândia, Austrália, Indonésia, Estados Unidos e Canadá. O troféu pelos 17 jogos do Santos sem derrotas foi entregue ao Santos no Morumbi, diante do São Paulo, no dia 23 de julho de 1972.

O Santos no hino do Olympiacos

O Santos era favorito na sua última partida pela excursão europeia de 1961. O timeestava invicto há 16 partidas, tinha conquistado o Torneio Paris e o Torneio da Itália e seencaminhava para fechar uma sequência de jogos impecável, faltando encarar oOlympiacos da Grécia, antes de regressar ao Brasil.Naquele 4 de julho de 1961, um domingo, o estádio Apostolos Nikolaidis estava lotadopara receber o recente vencedor da Copa da Grécia, atual vice-campeão grego, e oespetacular Santos Futebol Clube de Pelé. Com todos os jogadores à disposição, otécnico Lula escalou o time com Laércio, Getúlio e Mauro; Zito (depois Pagão) e Lima;Dorval (depois Sormani), Mengálvio (depois Formiga), Coutinho, Pelé (depois Bé) ePepe.Nem bem o jogo começou e o Santos foi surpreendido com um gol do adversário. Numabola defensável, Laércio falhou no chute de Possidom e o time grego começou nafrente, para delírio dos 26 mil espectadores. Desestabilizado, o Peixe viu o Olympiacosampliar a sua vantagem ainda no primeiro tempo, aos 43 minutos com Surunis.Na volta do intervalo foi a vez do Santos reagir. Aos cinco minutos, em um gol contra, otime diminuiu o marcador. A comemoração durou pouco. Com o jogo em andamento, oatacante Coutinho acabou revidando uma agressão e foi expulso. Além do prejuízonumérico, o Santos perdeu sua maior estrela, quando Pelé foi substituído por contusão.Aos 43 minutos o empate teria chegado, mas o árbitro, inexplicavelmente, anulou o golde Pepe.Apesar da derrota santista e da fraca arbitragem, a partida entrou para a história dos doisclubes. O feito foi tão significativo e simbólico para o Olympiacos que o clube passou acitar a vitória no próprio hino: “Eles ainda lembram do seu nome: o Santos de Pelé”.Ao Santos, além da homenagem, ficou a história de uma excursão incomparável emnúmeros: foram 14 vitórias, duas derrotas, 80 gols marcados e 41 sofridos.

Nous irons voir Pelé sans payer – Uma Revolução na Martinica

No dia 23 de janeiro de 1971, o Santos cumpriu o seu compromisso em Fort-de-France, capital da Martinica, uma possessão francesa na América Central. Se dentro de campo, o jogo correu a tranquilidade de um amistoso, fora dele a confusão levou a uma crise política.  O preço normal dos ingressos no Estádio Louis-Achille era de cinco, no máximo dez francos, mas os organizadores decidiram cobrar 100 francos por uma entrada. O valor exorbitante afastava a maioria dos admiradores do espetáculo e uma revolta tomou conta. Naquela ocasião, um grupo recém-formado de extrema-esquerda, intitulado “Grupo de Ação Proletária”, criou um movimento batizado “Nous irons voir Pelé sans payer” (Nós vamos ver Pelé sem pagar).  A Seleção de Martinica seguiu treinando para enfrentar o poderoso Santos, enquanto o povo pressionava as autoridades por meio de uma campanha com cartazes, folhetos, grafites, eventos e até greves. O governo cedeu diante da pressão popular e pela primeira na história do país, um evento foi televisionado ao vivo para a região e também para o exterior. A derrota de Martinica por 4 a 1 em nada abalou o entusiasmo da torcida. O que ela queria mesmo era ver Pelé e o esquadrão do Santos. Abel, Douglas, Edu e Pelé deram o número santista ao marcador, enquanto Aurella marcou para o time local. O ponta-esquerda Edu se lembra da expressão e do comportamento dos jogadores adversários. Em determinado momento do jogo, o atacante não sabia mais se eles estavam jogando ou apreciando o Santos jogar.  Nesse dia histórico para os martinicanos, o técnico Antoninho levou a campo Cejas (Edevar), Lima, Ramos Delgado (Paulo), Orlando (Oberdan) e Rildo; Leo Oliveira (Marçal) e Nenê (Turcão); Árlem (Abel), Picolé (Douglas), Pelé e Edu.

A torcida exige e Pelé volta ao jogo

O ano de 1962 foi inesquecível para o Peixe. Pela primeira vez um clube brasileiro alcançava o topo do futebol mundial. O Santos já exibia o melhor futebol do mundo, mas lhe faltava o título. A trajetória do campeão, no ano do seu cinquentenário, passaria pela Taça Libertadores da América, outra conquista inédita para os brasileiros. Antes disso, o time abriu a temporada com uma nova excursão pelo continente sul-americano. O Santos partiu para uma viagem pela América do Sul com uma novidade no seu elenco. Contratado junto ao Corinthians, o goleiro Gylmar, titular da Seleção na Copa do Mundo de 1958, se juntou ao Peixe nessa excursão. No dia 7 de janeiro, no jogo de estreia de Gylmar, o Santos atropelou o Barcelona SC, vice-campeão equatoriano, por 6 a 2. Destaque para Coutinho, autor de quatro gols. Uma semana depois foi a vez do LDU tomar outros seis gols. Pepe e Pelé dividiram a artilharia da partida, que terminou em 6 a 3, com três gols cada. Do Equador, o Peixe cruzou a fronteira para enfrentar o Alianza Lima do Peru. Na quarta-feira seguinte, dia 17, quando o time vencia tranquilamente o adversário, o técnico Lula substituiu Pelé, colocando Pagão no seu lugar. A torcida peruana não perdoou. Além de gritarem pelo retorno de Pelé ao gramado, parte dos 25 711 torcedores presentes no Estádio Nacional de Lima, ateou fogo nas almofadas dos assentos, atirando-as no campo.  O árbitro peruano Carlos Rivero, temendo uma tragédia, interrompeu a partida e pediu ao técnico santista o retorno do Rei. Para evitar problemas, Lula tirou Coutinho para Pelé voltar. O Santos que já vencia a partida, ampliou o marcador e terminou goleando por 5 a 1 para alívio de todos, até mesmo dos derrotados.

O Jogo do Século

No ano de 1965 o Santos manteve suas principais estrelas e aprimorou seu elenco para continuar atraindo convites para suas excursões internacionais. O Peixe renovou com Pelé, contou com a volta de Dorval e fez uma transação milionária para trazer Carlos Alberto Torres do Fluminense. Outros jogadores reforçaram o time como o zagueiro Orlando Peçanha vindo do Boca Juniors, o ponta Abel Verônico do América do Rio e o goleiro Cláudio do Bonsucesso. Para manter a equipe em forma, o Peixe cuidou da contratação do preparador físico Júlio Mazzei, do Palmeiras. Assim, no início de 1965 o Alvinegro fez as malas e rumou para mais uma excursão pela América do Sul, antes do início da Taça Libertadores. No Chile, o Colo-Colo tinha organizado um torneio, o Hexagonal do Chile, que contava com três equipes chilenas – o próprio Colo-Colo, a Universidad Católica e a Universidad do Chile e outras três equipes estrangeiras – Santos, River Plater e a Seleção da Tchecoslováquia, então vice-campeã mundial, derrotada pelo Brasil na Copa de 1962, disputada no Chile. Depois de vencer a Universidad Católica, vice-campeã nacional, no dia 13 de janeiro, pela abertura do torneio, o Peixe se preparou para enfrentar a Seleção da Tchecoslováquia do craque Masopust, naquele que se tornou conhecido como o Jogo do Século, pela imprensa local. No dia histórico, um sábado, 16 de janeiro, o Santos entrou em campo com seu uniforme listrado, e a Seleção da Tchecoslováquia usou seu uniforme principal todo branco. Mais de 67 mil pessoas foram ao Estádio Nacional de Santiago e assistiram ao jogo mais espetacular da história do país. A partida, com muitos gols e viradas no marcador, começou com Coutinho fazendo o primeiro. Os tchecos viraram e Pelé empatou no último minuto do primeiro tempo. Na etapa complementar, Dorval deixou o seu e desempatou o jogo. Coutinho ampliou e fez 4 a 2, mas a forte Seleção da Tchecoslováquia não desistiu e empatou novamente. Faltando apenas cinco minutos a partida estava longe de ser decidida. Quando você tem um Rei em campo tudo pode acontecer. Pelé marcou duas vezes antes do apito final para delírio da torcida. Com uma exibição histórica, os jogadores saíram de campo aplaudidos de pé. A revista chilena Estadio escreveu: En el primer tempo se jugo el mas hermoso futebol visto en Chile en muchos años. O Torneio prosseguiu com jogos contra o River Plate (2 x 3), Colo-Colo (3 x 2) e Universidad de Chile (3 x 0). Com mais pontos ganhos, o Santos conquistou o Hexagonal do Chile e recebeu o Troféu Ibéria.

Um Time que vale uma Seleção

Não fosse a divergência ocorrida entre a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e a Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA), por ocasião dos preparativos da primeira Copa do Mundo de Futebol disputada no Uruguai, teria o Santos Futebol Clube provavelmente três representantes envergando a camisa do Selecionado Nacional. A CBD que tinha a sua sede, como tem até os dias atuais na cidade do Rio de Janeiro, era essencialmente carioca, já que seus componentes eram todos radicados na então capital federal do País, e por isso não convidou os dirigentes da APEA para tomarem parte da comissão técnica do Selecionado que iria ao Uruguai representar o Brasil na primeira edição da Copa do Mundo.  Em retaliação, os dirigentes paulistas não permitiram que os clubes de São Paulo liberassem os seus jogadores para servir ao Selecionado Pátrio. Então, com essa atitude, os jogadores santistas começando pelo goleiro Athié, passando pelo artilheiro Feitiço e pelo ponta-esquerda Evangelista ficaram de fora do grupo que viajou ao sul da América.  Araken Patusca por ter se desligado do clube santista no ano de 1929 foi relacionado pela CBD como atleta do Flamengo e assim ele pode jogar no torneio vencido pelo país anfitrião. Araken jogou apenas uma partida e foi na derrota por 2 a 1 diante da Iugoslávia. Em 1935, o craque santista que foi o artilheiro do Campeonato Paulista de 1927 com 31 gols, voltou à Vila Belmiro e ajudou o Peixe na conquista do seu primeiro título Paulista.  O goleador Luís Matoso, o Feitiço, artilheiro máximo dos Paulistas dos anos de 1929/30/31 pelo Santos FC foi o protagonista de um episódio que mereceu destaque e o imbróglio ocorreu em uma partida entre os Selecionados Paulista e Carioca e que ele se tornou o personagem principal do jogo ao responder ao ajudante de ordens do presidente da República, que “no Brasil mandava o presidente, mas no campo eram os jogadores que mandavam”, afirmação que lhe custou a demissão do clube de Vila Belmiro.  Contudo, por imposição da CBD que queria ter o jogador em suas fileiras, ordenou à diretoria santista presidida por Guilherme Gonçalves que fosse suspensa a punição de dois anos a ele aplicada, e assim o jogador conhecido pela feitura de gols de “bico”, pode ser novamente incorporado no elenco praiano pois a Seleção Brasileira precisava da presença dele em campo e foi o que aconteceu no dia 24 de junho de 1928, na goleada diante da equipe do Motherwell pelo placar de 5 a 0 com o endiabrado Feitiço marcando quatro gols. Na Seleção Paulista que ganhou o campeonato de 1929 tinha em suas fileiras os jogadores santistas: Athié, Oswaldo, Alfredo, Camarão, Feitiço e Evangelista, teriam sido oito os selecionáveis do Peixe, se Siriri e Araken não houvessem sido desligados do clube.  Os primeiros jogadores do Alvinegro convocados pelo Selecionado Nacional foram no ano de 1914, Arnaldo Silveira e Adolpho Millon e é com os atacantes santistas que o Brasil venceu a “Taça Roca” em Buenos Aires ganhando da Argentina na final por 1 a 0. Era o começo da participação do Alvinegro servindo ao país do futebol, antevendo que daí em diante haveria o clube de estar sempre cedendo atletas entre os selecionáveis. No Campeonato Sul-americano de Futebol disputado no Rio de Janeiro e com a final no dia 29 de maio de 1919, o Brasil venceu o Uruguai por 1 a 0 com três jogadores do Alvinegro, Arnaldo Silveira que foi o capitão da equipe, Millon e Haroldo Pires Domingues.  Após essa conquista além dos jogadores já citados os demais que serviram ao Selecionado foram: Constantino, Castelhano, Feitiço, Araken e Alfredo.  Depois da última convocação de atletas santistas no ano de 1931, o Santos voltaria a ter jogadores no Selecionado somente no ano de 1942 quando da convocação do ponta-direita, Cláudio Cristóvão Pinho que jogou em três partidas enquanto pertencia ao Alvinegro Praiano.  Mais um tempo se passou sem convocações dos jogadores do time da Vila Belmiro, a destacar vale lembrar que no dia 22 de setembro de 1949, o então presidente da FIFA, o francês Jules Rimet visitava as dependências do Estádio Urbano Caldeira e parabenizava os dirigentes pelas reformas que estavam sendo feitas no sentido de ampliar a capacidade da praça de esportes do clube praiano. Nesse período a CBD cometeu uma de suas maiores injustiças não lembrando do nome de Antônio Fernandes, o Antoninho, na relação dos jogadores que disputaram o Mundial de 1950, no Brasil. Antoninho era presença constante nas convocações do Selecionado Paulista, mas seu nome não lembrado no Selecionado Nacional, quando até o craque Zizinho, o mestre Ziza queria ver o “Arquiteto da Bola” vestindo a camisa do Brasil.  Já no ano de 1955, quando o time santista começava a dar mostras de seu entrosamento com alguns jogadores veteranos mesclados com jovens promessas criadas em casa, são convocados quatro atletas para vencerem a “Taça O’’ Higgins” em São Paulo na vitória diante do Chile, em São Paulo por 2 a 1 com um dos gols da conquista brasileira sendo marcado pelo santista Álvaro José Rodrigues Valente que formou na Seleção ao lado dos convocados pelo técnico Vicente Feola, Formiga, Hélvio e Vasconcelos.  Entre os anos de 1955 e 1957, o time santista cedeu ao Selecionado os seguintes jogadores, além dos quatro que ganharam a “Taça O’’ Higgins”: Zito, Pepe, Tite, Pagão, Del Vecchio, Urubatão.  Até que um bonito sonho começou a se transformar em realidade no mundo da bola no Brasil, e é justamente no dia 07 de julho de 1957 que o garoto Edson Arantes do Nascimento, o futuro Rei do Futebol, inicia sua trajetória de um sucesso inigualável vestindo a gloriosa camisa canarinho na partida em que o Brasil perdeu da Argentina por 2 a 1 no Estádio do Maracanã, pela “Taça Roca”, com o garoto que tinha 16 anos, 8 meses e 14 dias de vida deixou sua marca nas redes adversárias ao fazer o seu primeiro gol pela Seleção Brasileira. O técnico que convocou o garoto santista foi Sílvio

Santos de Pelé e Benfica de Eusébio se enfrentam em Nova York

Um mês e dois dias depois da derrota do Brasil para Portugal, na Copa da Inglaterra em 1966, Pelé e Eusébio voltaram a se encontrar, dessa vez no confronto entre Santos e Benfica pela primeira rodada do Triangular de Nova York. O estádio Randall’s Island excedeu sua capacidade e precisou improvisar espaços na linha lateral do campo para acomodar um público de 25 670 torcedores para a partida. A procura por ingressos não era à toa. A base da seleção dos dois países estava em campo naquele domingo, 21 de agosto de 1966. Era a possibilidade de revanche brasileira e uma espécie de tira-teima entre os jogadores. A imprensa portuguesa anunciava Eusébio como o melhor do mundo e tratava Pelé como ex-Rei do futebol. O técnico Fernando Riera escalou o Benfica com Costa Pereira, Cavém, Raul, Jacinto e Cruz; Jaime Graça e Coluna; José Augusto (Iaúca), Torres (Nelson), Eusébio e Simões. Já Lula comandou o Santos com Gylmar, Oberdan, Carlos Alberto Torres, Olrlando e Lima; Zito e Mengálvio (Joel Camargo); Dorval (Amauri), Toninho, Pelé (Salomão) e Edu. A partida, de elevado nível técnico, teve o domínio do Santos. Toninho abriu o marcador aos 16 minutos. Na segunda etapa o destaque foi Edu que ampliou o placar aos 13 e 19 minutos. O Rei deixou sua marca aos 21 e decretou o resultado final: 4 a 0 para o Peixe. O golaço de Pelé provocou uma desordem na partida. Sem conseguir segurar o ímpeto, os torcedores à beira do gramado invadiram o campo para abraçar Pelé e os jogadores santistas. Foi a deixa para o Rei antecipar a volta para o vestiário e ser substituído por Salomão. No dia seguinte os jornalistas portugueses noticiavam, a contragosto, a superioridade do entrosamento da equipe de Pelé que ainda terminaria campeã do torneio. 

O adeus do Rei Pelé aos gramados 

Oito meses após ter encerrado sua carreira como jogador do Santos, o eterno Rei Pelé voltava a atuar profissionalmente vestindo pela primeira vez a camisa de uma outra equipe, a do clube New York Cosmos nos Estados Unidos.  A proposta feita pelos americanos era irrecusável, Pelé tinha na ocasião 35 anos e decidiu aceitar jogar nos Estados Unidos que tinham como objetivo maior a divulgação do futebol que por lá não era muito popular.   Os americanos por intermédio da Warner Communications lhe ofereceram um contrato de três anos, com salário de 2,8 milhões de dólares por temporada, um valor altíssimo para a época. O Rei aceitou e voltava aos gramados suspendendo a aposentadoria e se tornava o atleta mais bem pago do mundo na ocasião.  A volta se deu no dia 15 de junho de 1975. Segundo a Fifa, jornalistas de 25 países foram aos Estados Unidos cobrir o retorno do Rei. A partida contra a equipe do Dallas Tornado foi no estádio Downing, em Nova York, todos os ingressos foram vendidos e a expectativa de ver o Atleta do Século atuando novamente era intensa.  O time de Pelé estava em desvantagem no placar perdendo por 2 a 0, foi então que o Rei mostrou toda sua genialidade e decidiu resolver a situação participando do primeiro gol de sua equipe e marcando o gol de empate por 2 a 2.   Na comemoração mostrou aos torcedores sua marca registrada socando o ar com uma vibração intensa. Nesse ano o seu clube foi campeão da Liga Norte-Americana de Futebol. Pelé ficou atuando no Cosmos até 1977. Foram 106 partidas com 64 gols marcados.  A despedida definitiva do melhor jogador de futebol de todos os tempos se seu no dia 1º de outubro de 1977. No Giant Stadium, Nova York e reuniu as duas equipes pelas quais o Rei atuou em toda a sua fantástica carreira. Estiveram presentes a despedida 75.646 espectadores.  Muitas personalidades foram ver o Rei pela última vez, entre eles, o campeão mundial de boxe Muhammad Ali, o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger, o ator Telly Savallas (Kojak), o rolling stone Mick Jagger e o ator Robert Redford. Vários brasileiros também participaram do evento como Dondinho, o pai do Rei, o prefeito de Três Corações, o ex-presidente do Santos, Athié Jorge Coury, e os jogadores Carlos Alberto Torres, Bellini e Mauro Ramos de Oliveira, todos ex-capitães da Seleção Brasileira, nas conquistas dos mundiais de 1958,1962 e 1970. Love, Love and Love  Antes do início do jogo Pelé muito emocionado fez seu discurso de despedida falando que era importante a população mundial olhar e cuidar dos mais jovens, das crianças, sendo aplaudido de pé, e ao final pediu aos espectadores presentes que repetissem com ele três vezes a palavra Love (amor), e na sequência chorou. O Rei jogou a primeira etapa com a camisa verde do time americano, marcou um gol de falta, na etapa complementar vestiu a camisa branca do Santos, na vitória do Cosmos por 2 a 1. O Alvinegro dirigido por Oto Glória formou com: Ernani, Fernando e Joãozinho; Alfredo e Neto; Carlos Roberto, Zé Mário e Aílton Lira (Pelé), Nilton Batata, Reinaldo (Juary) e Rubens Feijão (Bianchi).  Findado o jogo, Pelé deu a camisa 10 do Santos ao seu descobridor no futebol o ex-jogador Waldemar de Brito. No intervalo já tinha dado a camisa verde do Cosmos ao seu pai. Ao final do amistoso, Pelé foi carregado pelos companheiros do Cosmos dando a volta olímpica.  Levando na mão direita a bandeira do Brasil e na esquerda a dos Estados Unidos o país que tão bem o acolhera e o qual ele ajudaria na vitoriosa campanha para ser a sede da Copa do Mundo de 1994.  Segundo Pelé em entrevista ao ESPN.com.br: “O mais importante pra mim na despedida do Cosmos foi ter promovido o Brasil pois tinha a imprensa de todo mundo acompanhando aquele evento. E tão importante também é que o nosso futebol ficou sendo conhecido dentro dos EUA. Ainda acho que foi a melhor decisão para o atleta Pelé e o cidadão Edson Arantes do Nascimento em termos culturais [ter parado naquele momento]. Alguns times europeus e principalmente do Japão e México tentaram me contratar depois. Mas decidi sair por cima”. Ao anunciar o fim oficial da carreira, Pelé saiu de cena com a incrível marca de 1.365 jogos e 1.282 gols para dar início a uma nova fase em sua vida, a de embaixador do Brasil e do futebol. 

Santos de Neymar inaugura a Red Bull Arena nos Estados Unidos

Nos seus 110 anos de existência e milhares de partidas disputadas, o Santos já foi um visitante mais do que especial. Em 20 oportunidades fora de casa, o Alvinegro inaugurou os estádios dos seus anfitriões. Esses convites especiais começaram logo cedo. Em 23 de abril de 1916, o Peixe foi convidado pelo São Cristóvão para inaugurar o Estádio Figueira de Melo, no Rio de Janeiro. Onze anos depois foi a vez do Vasco da Gama chamar o Santos para inaugurar o Estádio de São Januário, o Gigante da Colina, na presença do presidente da República, Washington Luiz. Bom para o Santos, que goleou o Vasco e trouxe o lindo troféu A Vitória, em exposição no Memorial das Conquistas. Na época de ouro do Alvinegro foram inúmeros convites, dentro e fora do país, inclusive o estádio que leva o nome do rei, em Maceió. Próximo do centenário da sua fundação veio o último convite. A geração de Neymar e Cia. que encantaria o mundo no ano seguinte, conquistando a Taça Libertadores, foi convidada para inaugurar a belíssima Red Bull Arena, em Harrinson, New Jersey, nos Estados Unidos. A partida aconteceu em 20 de março de 2010 e terminou com a vitória do time da casa, o New York Red Bull por 3 a 1. O Santos, que disputava o Campeonato Paulista, viajou desfalcado, levando a campo diversos jogadores reservas, além dos experientes Fabio Costa e Giovanni e a estrela Neymar no seu elenco. Naquela noite histórica de sábado, o técnico Dorival Junior escalou o time com Fábio Costa (Rafael), George Lucas, Bruno Aguiar, Luciano Castan (Diego Monar), Alex Sandro (Wesley Santos), Alan Santos (Jefferson), Germano, Breitner (Elivelton), Zezinho (Crystian), Giovanni (Marcel) e Neymar. A festa de inauguração teve direito a entrada triunfal da esquiadora Lindsey Vonn, medalhista das Olimpíadas de Inverno, a bordo de um carro da categoria GT, patrocinado pela Red Bull, para entregar a bola do jogo. O público de 25 mil pessoas que prestigiou o evento de inauguração ainda assistiu o time brasileiro ser facilmente vencido pela motivação e vigor físico dos norte-americanos. 

A Batalha de Rosário Central garante título inédito ao Peixe

Ao vencer o seu quinto Torneio Rio-São Paulo, em 1997, o Santos ganhou o direito de disputar a VII Copa Conmebol, torneio criado no ano de 1992. E após passar por diversas dificuldades, principalmente na grande final, no dia 21 de outubro de 1998, o Santos conquistou a Copa Conmebol, o seu 7º título internacional, ao empatar com a equipe do Rosário Central em 0 a 0. A competição era disputada no formato eliminatório, e para chegar até a decisão, o Santos enfrentou as equipes do Once Caldas, da Colômbia, nas oitavas de finais, LDU, do Equador, nas quartas de finais, e o Sampaio Correia, nas semifinais. Na primeira partida da grande final diante do time argentino, no dia 7 de outubro, o Peixe venceu na Vila Belmiro com um tento solitário de Claudiomiro. Os atletas santistas Viola e Jean, além do técnico Emerson Leão, foram expulsos de campo. Já do lado do adversário, foram expulsos três jogadores. No embate decisivo, além dos dois jogadores expulsos, o Santos também não pode contar com Argel, Lúcio e Jorginho, que estavam lesionados. Prevendo um clima hostil, a comissão técnica santista exigiu, após reunião com o presidente da entidade sul-americana, Nicolas Leoz, que houvesse mais segurança para todos os membros da delegação santista, que contava com apenas 15 jogadores para o confronto. Com diversas mudanças, o técnico Emerson Leão escalou o time para a batalha no estádio Gigante Arroytio, assim: Zetti, Anderson, Sandro, Claudiomiro e Athirson; Marcos Bazilio, Elder, Narciso e Eduardo Marques; Fernandes (Baiano) e Alessandro (Adiel). Quando o ônibus santista se aproximou do estádio – tomado por cerca de 50 mil pessoas, sete mil a mais do que a lotação oficial – os torcedores do Rosário tentaram cercá-lo e foi preciso que a polícia local atirasse várias vezes para o alto para limpar o caminho. Após diversas confusões, a partida iniciou com um atraso de 40 minutos O time da casa buscou tomar a iniciativa, mas o Santos se defendeu bem e ainda conseguiu um ou outro ataque. Apenas com dois reservas de linha no banco, o Alvinegro não podia ter jogadores machucados, mas também não podia evitar as divididas. Eduardo Marques perdeu a cabeça e foi expulso. Pouco depois o argentino Daniele também apelou e teve a mesma sorte. O árbitro paraguaio Ubaldo Aquino soube usar a sua experiência para levar o jogo até o final. Com uma enorme garra e uma grande atuação do goleiro Zetti, o Santos segurou o empate em 0 a 0, e conquistou o título mais brigado de sua história. Os heróis Na campanha vitoriosa, o Peixe utilizou os seguintes jogadores: Zetti, Argel, Athirson, Anderson, Claudiomiro, Sandro, Lúcio, Narciso, Viola, Jorginho, Adiel, Nando (g), Jean, Baiano, Dutra, Élder, Marcos Bazílio, Fernandes, Alessandro, Baez, Fernando Fumagalli, Fernando, Eduardo Marques, Gustavo Nery e Ronaldo Marconato. Uma inédita Sul-Americana No último dia 12 de setembro, o comitê de clubes, formado pelos 16 que avançaram às oitavas de final da Libertadores de 2022 deu um novo passo para o reconhecimento da Copa Conmebol, disputada entre 1992 e 1999 como Copa Sul-Americana. A maioria dos clubes votou favorável à unificação da pontuação sobre esses títulos. A entidade irá analisar o pedido.