Um mês e dois dias depois da derrota do Brasil para Portugal, na Copa da Inglaterra em 1966, Pelé e Eusébio voltaram a se encontrar, dessa vez no confronto entre Santos e Benfica pela primeira rodada do Triangular de Nova York.
O estádio Randall’s Island excedeu sua capacidade e precisou improvisar espaços na linha lateral do campo para acomodar um público de 25 670 torcedores para a partida. A procura por ingressos não era à toa.
A base da seleção dos dois países estava em campo naquele domingo, 21 de agosto de 1966. Era a possibilidade de revanche brasileira e uma espécie de tira-teima entre os jogadores. A imprensa portuguesa anunciava Eusébio como o melhor do mundo e tratava Pelé como ex-Rei do futebol.
O técnico Fernando Riera escalou o Benfica com Costa Pereira, Cavém, Raul, Jacinto e Cruz; Jaime Graça e Coluna; José Augusto (Iaúca), Torres (Nelson), Eusébio e Simões. Já Lula comandou o Santos com Gylmar, Oberdan, Carlos Alberto Torres, Olrlando e Lima; Zito e Mengálvio (Joel Camargo); Dorval (Amauri), Toninho, Pelé (Salomão) e Edu.
A partida, de elevado nível técnico, teve o domínio do Santos. Toninho abriu o marcador aos 16 minutos. Na segunda etapa o destaque foi Edu que ampliou o placar aos 13 e 19 minutos. O Rei deixou sua marca aos 21 e decretou o resultado final: 4 a 0 para o Peixe.
O golaço de Pelé provocou uma desordem na partida. Sem conseguir segurar o ímpeto, os torcedores à beira do gramado invadiram o campo para abraçar Pelé e os jogadores santistas. Foi a deixa para o Rei antecipar a volta para o vestiário e ser substituído por Salomão.
No dia seguinte os jornalistas portugueses noticiavam, a contragosto, a superioridade do entrosamento da equipe de Pelé que ainda terminaria campeã do torneio.