A torcida exige e Pelé volta ao jogo

O ano de 1962 foi inesquecível para o Peixe. Pela primeira vez um clube brasileiro alcançava o topo do futebol mundial. O Santos já exibia o melhor futebol do mundo, mas lhe faltava o título. A trajetória do campeão, no ano do seu cinquentenário, passaria pela Taça Libertadores da América, outra conquista inédita para os brasileiros. Antes disso, o time abriu a temporada com uma nova excursão pelo continente sul-americano. O Santos partiu para uma viagem pela América do Sul com uma novidade no seu elenco. Contratado junto ao Corinthians, o goleiro Gylmar, titular da Seleção na Copa do Mundo de 1958, se juntou ao Peixe nessa excursão. No dia 7 de janeiro, no jogo de estreia de Gylmar, o Santos atropelou o Barcelona SC, vice-campeão equatoriano, por 6 a 2. Destaque para Coutinho, autor de quatro gols. Uma semana depois foi a vez do LDU tomar outros seis gols. Pepe e Pelé dividiram a artilharia da partida, que terminou em 6 a 3, com três gols cada. Do Equador, o Peixe cruzou a fronteira para enfrentar o Alianza Lima do Peru. Na quarta-feira seguinte, dia 17, quando o time vencia tranquilamente o adversário, o técnico Lula substituiu Pelé, colocando Pagão no seu lugar. A torcida peruana não perdoou. Além de gritarem pelo retorno de Pelé ao gramado, parte dos 25 711 torcedores presentes no Estádio Nacional de Lima, ateou fogo nas almofadas dos assentos, atirando-as no campo. O árbitro peruano Carlos Rivero, temendo uma tragédia, interrompeu a partida e pediu ao técnico santista o retorno do Rei. Para evitar problemas, Lula tirou Coutinho para Pelé voltar. O Santos que já vencia a partida, ampliou o marcador e terminou goleando por 5 a 1 para alívio de todos, até mesmo dos derrotados.
O Jogo do Século

No ano de 1965 o Santos manteve suas principais estrelas e aprimorou seu elenco para continuar atraindo convites para suas excursões internacionais. O Peixe renovou com Pelé, contou com a volta de Dorval e fez uma transação milionária para trazer Carlos Alberto Torres do Fluminense. Outros jogadores reforçaram o time como o zagueiro Orlando Peçanha vindo do Boca Juniors, o ponta Abel Verônico do América do Rio e o goleiro Cláudio do Bonsucesso. Para manter a equipe em forma, o Peixe cuidou da contratação do preparador físico Júlio Mazzei, do Palmeiras. Assim, no início de 1965 o Alvinegro fez as malas e rumou para mais uma excursão pela América do Sul, antes do início da Taça Libertadores. No Chile, o Colo-Colo tinha organizado um torneio, o Hexagonal do Chile, que contava com três equipes chilenas – o próprio Colo-Colo, a Universidad Católica e a Universidad do Chile e outras três equipes estrangeiras – Santos, River Plater e a Seleção da Tchecoslováquia, então vice-campeã mundial, derrotada pelo Brasil na Copa de 1962, disputada no Chile. Depois de vencer a Universidad Católica, vice-campeã nacional, no dia 13 de janeiro, pela abertura do torneio, o Peixe se preparou para enfrentar a Seleção da Tchecoslováquia do craque Masopust, naquele que se tornou conhecido como o Jogo do Século, pela imprensa local. No dia histórico, um sábado, 16 de janeiro, o Santos entrou em campo com seu uniforme listrado, e a Seleção da Tchecoslováquia usou seu uniforme principal todo branco. Mais de 67 mil pessoas foram ao Estádio Nacional de Santiago e assistiram ao jogo mais espetacular da história do país. A partida, com muitos gols e viradas no marcador, começou com Coutinho fazendo o primeiro. Os tchecos viraram e Pelé empatou no último minuto do primeiro tempo. Na etapa complementar, Dorval deixou o seu e desempatou o jogo. Coutinho ampliou e fez 4 a 2, mas a forte Seleção da Tchecoslováquia não desistiu e empatou novamente. Faltando apenas cinco minutos a partida estava longe de ser decidida. Quando você tem um Rei em campo tudo pode acontecer. Pelé marcou duas vezes antes do apito final para delírio da torcida. Com uma exibição histórica, os jogadores saíram de campo aplaudidos de pé. A revista chilena Estadio escreveu: En el primer tempo se jugo el mas hermoso futebol visto en Chile en muchos años. O Torneio prosseguiu com jogos contra o River Plate (2 x 3), Colo-Colo (3 x 2) e Universidad de Chile (3 x 0). Com mais pontos ganhos, o Santos conquistou o Hexagonal do Chile e recebeu o Troféu Ibéria.
Santos visita pela primeira vez a América Central

O Santos inaugurava a temporada de 1959 com uma excursão histórica pelo continente americano. Era a primeira vez que o Peixe jogava na América Central e América do Norte. Naquele mesmo ano, o Alvinegro também cruzaria o Atlântico para exibir seu futebol nos gramados europeus. Não era por menos. O elenco tinha Zito, Pelé e Pepe, campeões do mundo pela Seleção Brasileira, um ano antes. A primeira parada foi no Peru. No dia 3 de janeiro a equipe começou sua sequência de jogos vencendo o atual campeão nacional, o Sport Boys Association, em Lima, por 3 a 0. Ainda na capital peruana, o Peixe goleou o Sporting Crystal por 4 a 0 e o Deportivo Municipal por 5 a 1. A equipe despediu-se do Peru com três vitórias, 12 gols marcados (sendo metade deles por Pelé) e apenas um sofrido. De lá o Peixe foi para a vizinha Equador enfrentar o Emelec em Guayaquil. Nova vitória, dessa vez por 3 a 1, com gols de Pelé (2) e Coutinho. No dia 15 de janeiro a delegação santista rumou para a América Central. O Saprissa, vice-campeão costariquenho de 1958. Nada menos que 46 mil pessoas compareceram ao Estádio Nacional La Sabana, na capital San José, para ver de perto o imbatível time brasileiro. Entre os espectadores estava o presidente da Costa Rica que ofertou um prêmio com seu nome: a Taça Dr. Mario Echandi. O Santos recebeu as honras do anfitrião e partiu para a vitória já no primeiro tempo. Pelé, aos 30, e Pagão, aos 43, abriram 2 a 0. O atacante Cuico Bejarano diminuiu aos 38 da etapa complementar, mas Pelé ainda teve tempo de marcar mais uma vez, dando números finais ao jogo: 3 a 1. Nessa primeira partida em solo da América Central, o Santos deixou sua marca e trouxe mais um troféu para a sua galeria.
Um Time que vale uma Seleção

Não fosse a divergência ocorrida entre a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e a Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA), por ocasião dos preparativos da primeira Copa do Mundo de Futebol disputada no Uruguai, teria o Santos Futebol Clube provavelmente três representantes envergando a camisa do Selecionado Nacional. A CBD que tinha a sua sede, como tem até os dias atuais na cidade do Rio de Janeiro, era essencialmente carioca, já que seus componentes eram todos radicados na então capital federal do País, e por isso não convidou os dirigentes da APEA para tomarem parte da comissão técnica do Selecionado que iria ao Uruguai representar o Brasil na primeira edição da Copa do Mundo. Em retaliação, os dirigentes paulistas não permitiram que os clubes de São Paulo liberassem os seus jogadores para servir ao Selecionado Pátrio. Então, com essa atitude, os jogadores santistas começando pelo goleiro Athié, passando pelo artilheiro Feitiço e pelo ponta-esquerda Evangelista ficaram de fora do grupo que viajou ao sul da América. Araken Patusca por ter se desligado do clube santista no ano de 1929 foi relacionado pela CBD como atleta do Flamengo e assim ele pode jogar no torneio vencido pelo país anfitrião. Araken jogou apenas uma partida e foi na derrota por 2 a 1 diante da Iugoslávia. Em 1935, o craque santista que foi o artilheiro do Campeonato Paulista de 1927 com 31 gols, voltou à Vila Belmiro e ajudou o Peixe na conquista do seu primeiro título Paulista. O goleador Luís Matoso, o Feitiço, artilheiro máximo dos Paulistas dos anos de 1929/30/31 pelo Santos FC foi o protagonista de um episódio que mereceu destaque e o imbróglio ocorreu em uma partida entre os Selecionados Paulista e Carioca e que ele se tornou o personagem principal do jogo ao responder ao ajudante de ordens do presidente da República, que “no Brasil mandava o presidente, mas no campo eram os jogadores que mandavam”, afirmação que lhe custou a demissão do clube de Vila Belmiro. Contudo, por imposição da CBD que queria ter o jogador em suas fileiras, ordenou à diretoria santista presidida por Guilherme Gonçalves que fosse suspensa a punição de dois anos a ele aplicada, e assim o jogador conhecido pela feitura de gols de “bico”, pode ser novamente incorporado no elenco praiano pois a Seleção Brasileira precisava da presença dele em campo e foi o que aconteceu no dia 24 de junho de 1928, na goleada diante da equipe do Motherwell pelo placar de 5 a 0 com o endiabrado Feitiço marcando quatro gols. Na Seleção Paulista que ganhou o campeonato de 1929 tinha em suas fileiras os jogadores santistas: Athié, Oswaldo, Alfredo, Camarão, Feitiço e Evangelista, teriam sido oito os selecionáveis do Peixe, se Siriri e Araken não houvessem sido desligados do clube. Os primeiros jogadores do Alvinegro convocados pelo Selecionado Nacional foram no ano de 1914, Arnaldo Silveira e Adolpho Millon e é com os atacantes santistas que o Brasil venceu a “Taça Roca” em Buenos Aires ganhando da Argentina na final por 1 a 0. Era o começo da participação do Alvinegro servindo ao país do futebol, antevendo que daí em diante haveria o clube de estar sempre cedendo atletas entre os selecionáveis. No Campeonato Sul-americano de Futebol disputado no Rio de Janeiro e com a final no dia 29 de maio de 1919, o Brasil venceu o Uruguai por 1 a 0 com três jogadores do Alvinegro, Arnaldo Silveira que foi o capitão da equipe, Millon e Haroldo Pires Domingues. Após essa conquista além dos jogadores já citados os demais que serviram ao Selecionado foram: Constantino, Castelhano, Feitiço, Araken e Alfredo. Depois da última convocação de atletas santistas no ano de 1931, o Santos voltaria a ter jogadores no Selecionado somente no ano de 1942 quando da convocação do ponta-direita, Cláudio Cristóvão Pinho que jogou em três partidas enquanto pertencia ao Alvinegro Praiano. Mais um tempo se passou sem convocações dos jogadores do time da Vila Belmiro, a destacar vale lembrar que no dia 22 de setembro de 1949, o então presidente da FIFA, o francês Jules Rimet visitava as dependências do Estádio Urbano Caldeira e parabenizava os dirigentes pelas reformas que estavam sendo feitas no sentido de ampliar a capacidade da praça de esportes do clube praiano. Nesse período a CBD cometeu uma de suas maiores injustiças não lembrando do nome de Antônio Fernandes, o Antoninho, na relação dos jogadores que disputaram o Mundial de 1950, no Brasil. Antoninho era presença constante nas convocações do Selecionado Paulista, mas seu nome não lembrado no Selecionado Nacional, quando até o craque Zizinho, o mestre Ziza queria ver o “Arquiteto da Bola” vestindo a camisa do Brasil. Já no ano de 1955, quando o time santista começava a dar mostras de seu entrosamento com alguns jogadores veteranos mesclados com jovens promessas criadas em casa, são convocados quatro atletas para vencerem a “Taça O’’ Higgins” em São Paulo na vitória diante do Chile, em São Paulo por 2 a 1 com um dos gols da conquista brasileira sendo marcado pelo santista Álvaro José Rodrigues Valente que formou na Seleção ao lado dos convocados pelo técnico Vicente Feola, Formiga, Hélvio e Vasconcelos. Entre os anos de 1955 e 1957, o time santista cedeu ao Selecionado os seguintes jogadores, além dos quatro que ganharam a “Taça O’’ Higgins”: Zito, Pepe, Tite, Pagão, Del Vecchio, Urubatão. Até que um bonito sonho começou a se transformar em realidade no mundo da bola no Brasil, e é justamente no dia 07 de julho de 1957 que o garoto Edson Arantes do Nascimento, o futuro Rei do Futebol, inicia sua trajetória de um sucesso inigualável vestindo a gloriosa camisa canarinho na partida em que o Brasil perdeu da Argentina por 2 a 1 no Estádio do Maracanã, pela “Taça Roca”, com o garoto que tinha 16 anos, 8 meses e 14 dias de vida deixou sua marca nas redes adversárias ao fazer o seu primeiro gol pela Seleção Brasileira. O técnico que convocou o garoto santista foi Sílvio
NA CIDADE DE ILE-IFÉ , NA NIGÉRIA, ÍDOLOS ETERNOS VISITAM SUA MAJESTADE REAL

A cidade de Ile-Ifé, na Nigéria, viveu um dia de festa para receber Edu e Manoel Maria. Eles foram recebidos, no palácio, por Sua Majestade Real Ooni de Ile-Ifé Adeyeye Enitan Ogunwusi. O governante celebrou com muita alegria a visita do Santos FC e relembrou a importância da presença do Clube no país. Há 53 anos, o time, com a presença dos Ídolos Eternos, parou uma guerra para vê-los em ação. O amistoso aconteceu dia 4 de fevereiro de 1969, na cidade de Benin, e o Peixe venceu a seleção do Meio-Oeste, do país africano, por 2 a 1, gols de Edu e Toninho Guerreiro. A autoridade recebeu presentes do Clube. O novo terceiro uniforme com o nome personalizado, desenvolvido em homenagem à África e uma obra que celebra a união entre os povos do Brasil e da Nigéria. “O Santos FC mostrou que com o futebol podemos ter a paz, e seu clube não apenas pregava isso, mas jogou e correu o risco de vir à Nigéria para que uma guerra em andamento fosse interrompida. Isso é algo muito significativo”, afirmou Sua Majestade Real Ooni de Ile-Ifé Adeyeye Enitan Ogunwusi. Ele ainda disse que, em breve, fará uma visita ao Brasil, e mandou uma mensagem para o Rei do futebol. ” Estendam minhas saudações a Pelé também. Ele jogou aquela partida em 1969. Gostaríamos que ele estivesse aqui, mas sabemos que seu coração e mente sempre estão ao nosso lado”. O Santos FC recebeu uma grande homenagem. Em agradecimento à visita, Sua Majestade Real Ooni de Ile-Ifé Adeyeye Enitan Ogunwusi entregou uma obra de arte. “Me emocionei. Quanto tempo faz que estivemos aqui e muitas pessoas ainda lembram do jogo? Muitos eram bem jovens e isso é muito gratificante. Tudo graças ao nosso querido Santos FC, que até hoje nos proporciona momentos como esse, fantásticos”, comentou o Ídolo Eterno Edu. O Clube foi convidado por autoridades nigerianas, após a realização do evento de estreia do novo terceiro uniforme, que aconteceu no dia 27 de setembro, na Vila Belmiro e faz parte da campanha Santos do Mundo, que tem como objetivo internacionalização da marca e que promove uma série de ações no exterior recontando a inigualável história do Peixe ao redor do planeta. Nessa data, autoridades que representam países africanos, entre elas Shehu Yusuf, Ministro-Conselheiro da Nigéria, estiveram na ação, que começou no Memorial das Conquistas (museu) e terminou com uma grande festa em campo. Santos FC na África Foi durante a Guerra de Biafra, no continente africano, que o time do Santos FC viveu um dos mais épicos momentos de sua centenária história. O time Alvinegro parou a guerra na cidade de Benin, na Nigéria, para que o povo pudesse ver o espetacular time de Pelé e cia, contra a Seleção do Meio Oeste. Essa partida não constava da programação do Clube, mas foi aceita pela diretoria do Peixe após receberem garantias de que sua estada em Benin seria cercada de total segurança. Benin, quase na fronteira da Nigéria com a região separatista de Biafra, teve naquele dia um feriado local e o tenente coronel Samuel Ogbemudia, governador da região, liberou a passagem pela ponte que ligava a cidade a cidade de Sapele, para que todos pudessem assistir à partida. O técnico Antônio Fernandes, o Antoninho, escalou a equipe santista com Gylmar (Laércio), Turcão, Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo (Oberdan); Lima e Negreiros (Marçal); Manoel Maria, Toninho (Douglas), Pelé (Amauri) e Edu (Abel). Cerca de 25 mil pessoas compareceram ao Ogde Stadium para assistir à exibição. Pelé foi homenageado com flores antes do início do encontro. Na sequência o Santos FC ainda seguiu para Gana e Argélia antes de retornar ao Brasil. O legado que o time deixou no continente se faz sentir até hoje, dada à simpatia que os africanos possuem pelo time, pelo futebol brasileiro e pela figura mítica do maior jogador de todos os tempos. No Continente Africano, o Santos FC fez uma sequência de jogos exibições na República do Congo, Congo, Lagos e Lourenço Marques, em Moçambique. O Clube foi convidado a retornar à Nigéria, desta vez em Benin, cidade próxima à fronteira com a região de Biafra, epicentro da Guerra Civil.
Santos de Pelé e Benfica de Eusébio se enfrentam em Nova York

Um mês e dois dias depois da derrota do Brasil para Portugal, na Copa da Inglaterra em 1966, Pelé e Eusébio voltaram a se encontrar, dessa vez no confronto entre Santos e Benfica pela primeira rodada do Triangular de Nova York. O estádio Randall’s Island excedeu sua capacidade e precisou improvisar espaços na linha lateral do campo para acomodar um público de 25 670 torcedores para a partida. A procura por ingressos não era à toa. A base da seleção dos dois países estava em campo naquele domingo, 21 de agosto de 1966. Era a possibilidade de revanche brasileira e uma espécie de tira-teima entre os jogadores. A imprensa portuguesa anunciava Eusébio como o melhor do mundo e tratava Pelé como ex-Rei do futebol. O técnico Fernando Riera escalou o Benfica com Costa Pereira, Cavém, Raul, Jacinto e Cruz; Jaime Graça e Coluna; José Augusto (Iaúca), Torres (Nelson), Eusébio e Simões. Já Lula comandou o Santos com Gylmar, Oberdan, Carlos Alberto Torres, Olrlando e Lima; Zito e Mengálvio (Joel Camargo); Dorval (Amauri), Toninho, Pelé (Salomão) e Edu. A partida, de elevado nível técnico, teve o domínio do Santos. Toninho abriu o marcador aos 16 minutos. Na segunda etapa o destaque foi Edu que ampliou o placar aos 13 e 19 minutos. O Rei deixou sua marca aos 21 e decretou o resultado final: 4 a 0 para o Peixe. O golaço de Pelé provocou uma desordem na partida. Sem conseguir segurar o ímpeto, os torcedores à beira do gramado invadiram o campo para abraçar Pelé e os jogadores santistas. Foi a deixa para o Rei antecipar a volta para o vestiário e ser substituído por Salomão. No dia seguinte os jornalistas portugueses noticiavam, a contragosto, a superioridade do entrosamento da equipe de Pelé que ainda terminaria campeã do torneio.
O Santos conquista o Torneio de Nova York de 1966

No dia 24 de agosto de 1966, uma quarta-feira, o Santos derrotou o AEK da Grécia, por 1 a 0, e conquistou o título do Torneio de Nova York que contava também com a participação da forte equipe do Benfica de Portugal. Menos de um mês após o término da Copa do Mundo da Inglaterra, o Santos enfrentava o Benfica na abertura do Torneio de Nova York. Nada menos do que seis jogadores santistas integraram a Seleção Brasileira no mundial de 1966. O Benfica, por sua vez, era a base do selecionado português e tinha, entre outros, o ídolo Eusébio no elenco. Na Copa, o Brasil foi eliminado na primeira fase após perder para Portugal. Em partida marcada pelo jogo violento, Pelé saiu de campo machucado depois de duas entradas desleais do zagueiro português Morais. Nesse tira-teima em Nova York, no dia 21 de agosto, um domingo, os brasileiros saíram na frente com Toninho Guerreiro numa bela jogada individual. Pelé, inspiradíssimo, não decepcionou os 25 671 torcedores presentes no Estádio Randalls Island. O segundo veio de uma assistência do Rei. O ponta Edu recebeu a bola e concluiu para o gol. O terceiro novamente se originou de uma troca de passes com Edu que chutou rasteiro na saída do goleiro. O quarto gol foi com a marca de Pelé. Uma pintura. Pelé dominou, protegeu, encobriu o zagueiro com a bola, driblou outro defensor e colocou a bola no ângulo do goleiro. Os torcedores norte-americanos não esperaram o final da partida. Sem conseguir conter a emoção, a torcida invadiu o campo para abraçar Pelé e festejar com o Santos. Após ser eliminado da Copa, Pelé devolvia com arte o que recebera com violência. A final aconteceu três dias depois no mesmo estádio. O time de Vila Belmiro enfrentou o AEK da Grécia para o jogo que valia o título da competição. O domínio total da partida foi do Peixe que só não venceu por uma contagem maior devido à excelente atuação do goleiro Maniattes, considerado o melhor jogador do confronto. O Santos saiu logo na frente, aos sete minutos, mas o gol feito por Pelé foi anulado. O Alvinegro continuou atacando, mas encontrou pela frente uma defesa sólida. Finalmente, aos 30 minutos conseguiu marcar. Toninho avançou, tocou para Pelé que lançou de volta em profundidade. O artilheiro, de frente para o gol, chutou e fez o único gol da partida. No início do segundo tempo o Santos permaneceu insistindo. Sem conseguir vencer os defensores gregos, o time brasileiro esperou o final do encontro. O árbitro Vincent Daibis apitou o fim do jogo e a equipe comemorou mais uma conquista e um título inédito em sua galeria. O time do Santos, comandado pelo técnico Lula, formou com Gilmar, Carlos Alberto, Oberdan, Orlando e Lima; Zito e Mengálvio (Salomão); Dorval (Amauri), Toninho, Pelé e Edu. O AEK da Grécia enfrentou o Santos com Maniattes, Sofianidis, Vasilion e Frogalaukis; Papoupulus e Skedofilak; Stamatialis, Stathopoulus, Karafeskos, Papaioanou e Mastrakoulis.
Santos FC e Google Earth unidos em ação – Santos Futebol Clube

A história escrita pelo Santos FC na África é uma das mais belas do futebol mundial. Foram inúmeros jogos no continente, com a alegria do futebol arte apresentado pelos craques santistas. Em parceria com o Google Earth, o Clube revive os momentos marcantes das excursões pelos países africanos ao disponibilizar na plataforma todos os estádios por onde o time jogou e encantou os torcedores. Com isso, os torcedores podem visitar virtualmente os locais dos jogos do Santos FC no continente africano. A experiência está disponível por meio do site santosdomundo.com.br O Santos FC visitou 13 países africanos em 21 jogos amistosos. Em 16 estádios, todos disponíveis para visitação on-line no Googe Earth, o Clube venceu 15 partidas e marcou 54 gols, para delírio dos torcedores que lotaram os locais. Em apenas um jogo na República do Congo, 50 mil fãs foram à loucura com a apresentação dos craques em campo, entre eles o então presidente e ministros do país. Clube mergulha em sua própria história em série de ações A etapa África do Santos do Mundo relembra as marcantes passagens do clube pelo continente com diversas ações. A inesquecível história na Nigéria, há 53 anos, quando o Santos FC parou uma guerra civil no país, inspirou o novo uniforme número 3 da temporada, desenvolvido pela Umbro, fornecedora oficial do Alvinegro. Além do lançamento do uniforme em homenagem à África, o Santos FC promove uma ação especial para ídolos e torcedores. Em parceria com o meuDNA, o clube entregou a seus craques do passado e da atualidade um teste para mapeamento genético, que permite análise de sua ancestralidade. Torcedores participantes do Sócio Rei têm 50% de desconto no teste por meio do site meuDNA (meudna.com). O Santos do Mundo segue ainda com ações para ajuda humanitária ao continente africano. Desde junho, o clube que mais fez gols na história sorteia a camisa do jogador que faz o primeiro gol nas partidas com vitórias e empates do Peixe por meio do Manto Solidário. Para participar, o torcedor precisa fazer um pix de 5 reais na plataforma mantosolidario.com.br. Parte da renda é revertida para a organização Médicos Sem Fronteiras, que realiza atendimento médico nos países mais necessitados. O projeto de internacionalização de marca do clube promove uma série de ações no exterior recontando a inigualável história do Peixe ao redor do planeta.
SANTOS FC E UMBRO LANÇAM CAMISA RETRÔ EM HOMENAGEM A JOGO CONTRA O NEW YORK COSMOS, EM 1980

Santos FC e Umbro lançam, neste sábado (12), uma camisa retrô inspirada em um momento histórico do Clube. No dia 13 de março de 1980, o Alvinegro Praiano recebeu o New York Cosmos, dos Estados Unidos, para uma partida amistosa, que contou com grandes nomes do futebol mundial, na Vila Belmiro. Em um encontro de gerações, a campanha conta João Paulo, um dos eternos Meninos da Vila e conhecido como Papinha da Vila, presente naquele duelo, e dois representantes das categorias de base: a meio-campista Marzia Coutinho, das Sereias da Vila e o zagueiro João Ananias, do Sub-15. É a união do passado e do presente na formação do futuro santista. Produzida a partir de um método de tecelagem que dá um toque de algodão ao poliéster, a nova camisa tem o preto predominante sobre o branco, assim como o uniforme utilizado em 1980. O ano, inclusive, aparece na parte de trás da camisa, na gola abaixo da nuca. O escudo do Santos FC, bordado, é o mesmo da época. As vendas da camisa retrô começam neste sábado (12), a partir das 10h, tanto pelo e-commerce da Umbro Brasil (www.umbro.com.br) como pela Santos Store (www.santosstore.com.br). Demais parceiros do varejo começarão a vender o novo produto a partir da segunda-feira (14). O Rei e todo o Cosmos dentro da VilaMais de 20 mil pessoas tiveram o privilégio de assistir ao vivo o jogo amistoso entre Santos e New York Cosmos. Na ocasião, Pelé foi responsável pelo pontapé inicial, enquanto Rubens Feijão anotou o gol santista. Pelo lado norte-americano, Franz Beckenbauer, o maior jogador da história da Alemanha, marcou o primeiro tento, enquanto Ricky Davis fez o segundo. FICHA TÉCNICASantos FC 1 x 2 New York Cosmos (EUA) Data: 13/03/1980, quinta-feira, 21h15.Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP, Brasil.Público: 20.759 pessoas (17.569 pagantes e 3.190 menores).Renda: Cr$ 2.151.050,00Árbitro: Marcio Campos Salles Escalação do Santos FC:Marolla; Aílton Luis (Paulinho), Joãozinho, Neto e Washington; Gilberto Costa (Miro), Carlos Silva (Rubens Feijão) e Pita; Serginho (Claudinho), Aluísio e João Paulo.Técnico: Pepe Escalação do NY Cosmos:Hubert Birkenmeier; Eskandarian, Oscar, Carlos Alberto Torres e Nelsi; Ricky Davis, Beckenbauer e Romerito; Seninho, Giorgio Chinaglia e Mark Liveric (Larry Hulcer). Sobre a UmbroFundada em 1924, a Umbro é a autêntica marca do futebol, pois se dedica a este esporte há mais de 90 anos. Nascida em Manchester, Inglaterra, a Umbro tem seus produtos usados dentro e fora de campo em mais de 100 países por todo o mundo. Hoje, a companhia soma sua herança na alfaiataria esportiva com uma moderna visão do futebol para criar roupas, calçados e acessórios que combinam desempenho e estilo.
SANTOS FC É HOMENAGEADO EM PALCO DE JOGO HISTÓRICO, EM BENIN, NA NIGÉRIA

Um local que entrou para a história. Duas equipes com o mesmo escudo, com o mesmo amor pelo futebol. Uma homenagem para o time com um dos maiores feitos da humanidade. O estádio Samuel Ogbemudia, na cidade de Benin, no estado de Edo, na Nigéria, foi o palco de um amistoso para comemorar os 53 anos do jogo que parou uma guerra civil. No dia 04 de fevereiro de 1969, a equipe de Pelé e cia venceu a seleção do Meio Oeste, por 2 a 1, com gols de Edu e Toninho Guerreiro. Além de Edu, Manoel Maria, que também estava em campo nesse dia, foi convidado para o pontapé inicial. “É uma alegria muito grande, depois de tanto tempo. Eu era jovem, recém chegado no time e encontrei tantas feras no Santos FC. Pelé é e sempre será o nosso rei, mas o nosso conjunto era fabuloso. Graças a Deus tivemos a oportunidade de participar desse jogo histórico”, afirmou, bastante emocionado, Manoel Maria. Edu, que fez um dos gols na lendária partida, também não conseguiu esconder a emoção. “Depois de 53 anos poder voltar nesse lugar onde fizemos com que a paz reinasse por alguns dias é algo inexplicável. Nunca haverá nada igual. Uma história que jamais será esquecida”. Foram formadas duas equipes. Uma com jogadores do Bendel Insurence Football Clube, que vestiu o terceiro uniforme e outra um selecionado de jogadores locais, que vestiu o branco. O vice-governador do estado de Edo jogou, por alguns minutos, no time com o terceiro uniforme. “Estamos muito felizes porque o passado foi trazido de volta. Foi o poder do esporte que trouxe a paz durante a guerra civil. Nasci em 1969 e estou realmente emocionado por fazer parte desse momento e recontar a história desse jogo. Ter o Santos de volta é uma das peças importantes para trazer o esporte de volta ao estado”, disse o Excelentíssimo Senhor Philip Shaibu. A partida foi realizada em parceria com da Federação Nigeriana de Futebol do Estado do Edo e da Associação dos Torcedores da Seleção Nigeriana. O Santos FC foi convidado por autoridades nigerianas, após a realização do evento de estreia do novo terceiro uniforme, que aconteceu no dia 27 de setembro, na Vila Belmiro e faz parte da campanha Santos do Mundo, que tem como objetivo internacionalização da marca e que promove uma série de ações no exterior recontando a inigualável história do Peixe ao redor do planeta. Nessa data, autoridades que representam países africanos, entre elas Shehu Yusuf, Ministro-Conselheiro da Nigéria, estiveram na ação, que começou no Memorial das Conquistas (museu) e terminou com uma grande festa em campo. Santos FC na África Foi durante a Guerra de Biafra, no continente africano, que o time do Santos FC viveu um dos mais épicos momentos de sua centenária história. O time Alvinegro parou a guerra na cidade de Benin, na Nigéria, para que o povo pudesse ver o espetacular time de Pelé e cia, contra a Seleção do Meio Oeste. Essa partida não constava da programação do Clube, mas foi aceita pela diretoria do Peixe após receberem garantias de que sua estada em Benin seria cercada de total segurança. Benin, quase na fronteira da Nigéria com a região separatista de Biafra, teve naquele dia um feriado local e o tenente coronel Samuel Ogbemudia, governador da região, liberou a passagem pela ponte que ligava a cidade a cidade de Sapele, para que todos pudessem assistir à partida. O técnico Antônio Fernandes, o Antoninho, escalou a equipe santista com Gylmar (Laércio), Turcão, Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo (Oberdan); Lima e Negreiros (Marçal); Manoel Maria, Toninho (Douglas), Pelé (Amauri) e Edu (Abel). Cerca de 25 mil pessoas compareceram ao Ogde Stadium para assistir à exibição. Pelé foi homenageado com flores antes do início do encontro. Na sequência o Santos FC ainda seguiu para Gana e Argélia antes de retornar ao Brasil. O legado que o time deixou no continente se faz sentir até hoje, dada à simpatia que os africanos possuem pelo time, pelo futebol brasileiro e pela figura mítica do maior jogador de todos os tempos. No Continente Africano, o Santos FC fez uma sequência de jogos exibições na República do Congo, Congo, Lagos e Lourenço Marques, em Moçambique. O Clube foi convidado a retornar à Nigéria, desta vez em Benin, cidade próxima à fronteira com a região de Biafra, epicentro da Guerra Civil.