A cidade de Ile-Ifé, na Nigéria, viveu um dia de festa para receber Edu e Manoel Maria. Eles foram recebidos, no palácio, por Sua Majestade Real Ooni de Ile-Ifé Adeyeye Enitan Ogunwusi. O governante celebrou com muita alegria a visita do Santos FC e relembrou a importância da presença do Clube no país. Há 53 anos, o time, com a presença dos Ídolos Eternos, parou uma guerra para vê-los em ação. O amistoso aconteceu dia 4 de fevereiro de 1969, na cidade de Benin, e o Peixe venceu a seleção do Meio-Oeste, do país africano, por 2 a 1, gols de Edu e Toninho Guerreiro.
A autoridade recebeu presentes do Clube. O novo terceiro uniforme com o nome personalizado, desenvolvido em homenagem à África e uma obra que celebra a união entre os povos do Brasil e da Nigéria.
“O Santos FC mostrou que com o futebol podemos ter a paz, e seu clube não apenas pregava isso, mas jogou e correu o risco de vir à Nigéria para que uma guerra em andamento fosse interrompida. Isso é algo muito significativo”, afirmou Sua Majestade Real Ooni de Ile-Ifé Adeyeye Enitan Ogunwusi.
Ele ainda disse que, em breve, fará uma visita ao Brasil, e mandou uma mensagem para o Rei do futebol. ” Estendam minhas saudações a Pelé também. Ele jogou aquela partida em 1969. Gostaríamos que ele estivesse aqui, mas sabemos que seu coração e mente sempre estão ao nosso lado”.
O Santos FC recebeu uma grande homenagem. Em agradecimento à visita, Sua Majestade Real Ooni de Ile-Ifé Adeyeye Enitan Ogunwusi entregou uma obra de arte. “Me emocionei. Quanto tempo faz que estivemos aqui e muitas pessoas ainda lembram do jogo? Muitos eram bem jovens e isso é muito gratificante. Tudo graças ao nosso querido Santos FC, que até hoje nos proporciona momentos como esse, fantásticos”, comentou o Ídolo Eterno Edu.
O Clube foi convidado por autoridades nigerianas, após a realização do evento de estreia do novo terceiro uniforme, que aconteceu no dia 27 de setembro, na Vila Belmiro e faz parte da campanha Santos do Mundo, que tem como objetivo internacionalização da marca e que promove uma série de ações no exterior recontando a inigualável história do Peixe ao redor do planeta. Nessa data, autoridades que representam países africanos, entre elas Shehu Yusuf, Ministro-Conselheiro da Nigéria, estiveram na ação, que começou no Memorial das Conquistas (museu) e terminou com uma grande festa em campo.
Santos FC na África
Foi durante a Guerra de Biafra, no continente africano, que o time do Santos FC viveu um dos mais épicos momentos de sua centenária história. O time Alvinegro parou a guerra na cidade de Benin, na Nigéria, para que o povo pudesse ver o espetacular time de Pelé e cia, contra a Seleção do Meio Oeste.
Essa partida não constava da programação do Clube, mas foi aceita pela diretoria do Peixe após receberem garantias de que sua estada em Benin seria cercada de total segurança.
Benin, quase na fronteira da Nigéria com a região separatista de Biafra, teve naquele dia um feriado local e o tenente coronel Samuel Ogbemudia, governador da região, liberou a passagem pela ponte que ligava a cidade a cidade de Sapele, para que todos pudessem assistir à partida.
O técnico Antônio Fernandes, o Antoninho, escalou a equipe santista com Gylmar (Laércio), Turcão, Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo (Oberdan); Lima e Negreiros (Marçal); Manoel Maria, Toninho (Douglas), Pelé (Amauri) e Edu (Abel).
Cerca de 25 mil pessoas compareceram ao Ogde Stadium para assistir à exibição. Pelé foi homenageado com flores antes do início do encontro. Na sequência o Santos FC ainda seguiu para Gana e Argélia antes de retornar ao Brasil.
O legado que o time deixou no continente se faz sentir até hoje, dada à simpatia que os africanos possuem pelo time, pelo futebol brasileiro e pela figura mítica do maior jogador de todos os tempos.
No Continente Africano, o Santos FC fez uma sequência de jogos exibições na República do Congo, Congo, Lagos e Lourenço Marques, em Moçambique. O Clube foi convidado a retornar à Nigéria, desta vez em Benin, cidade próxima à fronteira com a região de Biafra, epicentro da Guerra Civil.