Torneio da Amizade Cidades de Santos e Shimizu – 1992

No fim do mês de agosto de 1992, o Santos foi até o Japão, onde realizou uma mini-excursão, com dois jogos disputados. O adversário nas duas ocasiões foi o Shimizu S-Pulse, tradicional equipe japonesa. No 2º confronto, foi disputada a Taça denominada Torneio da Amizade (Cidades de Santos e Shimizu). • Cidades visitadas: Shizuoka e Tóquio Jogos:26/08 – Shimizu/JAP 0 x 3 Santos29/09 – Shimizu/JAP 1 x 1 Santos Total de partidas: 02 jogos – 01 vitória – 01 empate – 04 GP – 01 GC Artilheiros:01 gol: Guga, Serginho Fraldinha, Ranieli e Edu Marangón Fichas Técnicas:26/08/1972 – Shimizu S-Pulse/JAP 0 x 3 SantosGols: Guga aos 11min, Serginho Fraldinha aos 18min e Ranieli aos 24min do primeiro tempo.Local: Estádio Olímpico, em Tóquio, Japão.Público: 46.000, aproximadamenteÁrbitro: SagawaSFC: Sérgio, Jairo (Rogério), Junior, Luiz Carlos (Nei) e Flavinho; Axel, Edu Marangón e Marcelo Passos (Serginho Fraldinha); Almir (Gallo), Guga e Cilinho (Raniélli). Técnico: GeninhoSSP: Sanata; Miura, Marco Antonio, Hiraoka, Yamada, Nobouri, Oenuoki, Toninho (Ademir), Kenta, Mirandinha (Aoshima) e Mucojima.29/08/1992 –  Shimizu S-Pulse/JAP 1 x 1 SantosGols: Edu Marangón aos 29min e Oenoki aos 27min do primeiro tempo.Local: Kusungue, em Shizuoka, Japão.Competição: Torneio da Amizade – Cidades de Santos e ShimizuPúblico: 30.000, aproximadamenteÁrbitro: TachiSFC: Sergio; Jairo, Nei, Luiz Carlos e Flavinho; Axel, Edu Marangón (Serginho Fraldinha) e Marcelo Passos (Cilinho); Almir (Gallo), Guga e Raniélli. Técnico: GeninhoSSP: Massada; Marco Antonio, Hiraoka, Naito, Miura, Sawanobori, Oenuoki, Azakura, Toninho, Nasegawa e Mucojima.

Copa Kirin, com técnica e muita garra

Uma equipe sem muitos de seus campeões paulistas do ano anterior, o Santos que excursionou para Indonésia, Japão, Estados Unidos e México em meados de 1985 era um time impulsionado pela força de sua camisa. Só mesmo esse poder ancestral podia explicar as ótimas atuações da equipe na tradicional Copa Kirin, no Japão, finalmente conquistada em uma inusitada segunda-feira, 6 de junho, contra uma forte e catimbeira Seleção do Uruguai. O torneio era um hexagonal, com três equipes – Santos, West Ham, da Inglaterra, e Yomiuri, do Japão – e três seleções nacionais: Malásia, Japão e Uruguai. Criada em 1978, em seus dez primeiros anos o torneio reunia clubes e seleções. A partir de 1991 passou a ser disputado exclusivamente por seleções nacionais. O Santos estreou, no dia 26 de maio, contra o West Ham, da Inglaterra, a quem venceu por 2 a 1, com gols de Mário Sérgio e Zé Sérgio ainda no primeiro tempo. Em seguida goleou a Seleção sub-23 da Malásia por 8 a 1, com três gols do atacante Mirandinha, atleta da Portuguesa de Desportos emprestado ao Alvinegro para a excursão. Lima com dois gols e Mario Sergio, Gersinho e Humberto, com um gol cada, completaram o marcador. Na terceira partida, diante da Seleção do Uruguai, o Peixe encontrou seu adversário mais difícil até então. Equilibrado, o jogo terminou empatado em 1 a 1. David marcou o gol santista. Em seguida, contra a Seleção do Japão, no estádio de Kobe, o Santos jogou fácil, não se abalou com a torcida contrária e venceu por 4 a 1, com dois gols de Zé Sérgio, um deles olímpico, e outros de Mirandinha e Gersinho. O time santista encerrou a fase classificatória enfrentando a equipe japonesa Yomiuri, e a goleou por 4 a 0. Mirandinha marcou dois e Gersinho e Davi marcaram um gol cada. Com o término dessa primeira fase, disputada no sistema de pontos corridos, o Santos terminou na primeira colocação e a Seleção do Uruguai ficou em segundo lugar. Com isso, as duas equipes se qualificaram para a grande decisão. Na final, um fato inusitado: o uruguaio Rodolfo Rodriguez, goleiro do Santos e da Seleção Uruguaia, pela primeira vez enfrentou a Celeste Olímpica (os uruguaios chamam sua seleção assim porque antes do advento das Copas do Mundo, em 1930, eles venceram o futebol nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928). Castilho, o mesmo técnico que dirigiu o Santos no título paulista de 1984, mandou a campo, naquele histórico 6 de junho, Rodolfo Rodriguez; Paulo Roberto, Davi (Fernando), Toninho Carlos e Jaime Bôni; Serginho Carioca, Mário Sérgio e Humberto (Formiga); Gersinho, Mirandinha e Zé Sérgio. Esse Mário Sérgio não é o mesmo que defendeu o São Paulo e foi campeão mundial com o Grêmio. Seu nome é Mário Sérgio Rodrigues. Nasceu em Ourinhos, veio do Matsubara, do Paraná, e tinha 24 anos quando jogou a Copa Kirin. Mirandinha, o artilheiro do Santos nessa Copa, com oito gols, era um centroavante baixo e muito veloz, de 25 anos, que impressionou bem nessa excursão, mas acabou não ficando no Santos. Dois anos depois, contratado pelo Newcastle, ele se tornaria o primeiro brasileiro a jogar no futebol inglês. O Uruguai, escalado pelo técnico Omar Borrás, formou com Gualberto Velichco; Nestor Montelongo, José Luis Russo, Acevedo e César Pereira; Yeladin, Walter Barrios e Carrasco; Aguilera, Da Silva e Cabrera (Alzucaray). Aproximadamente 35 mil pessoas estavam presentes no Estádio Nacional de Tóquio, para ver a decisão, que também foi transmitida pela tevê. Logo aos 14 minutos Aguilera abriu o marcador para os uruguaios. O Santos não se abateu e tomou as ações da partida. Em ótima jogada individual, Zé Sérgio empatou aos 22 minutos. Com o gol marcado o Peixe cresceu ainda mais no jogo e antes de encerrar a primeira etapa, aos 40 minutos, Mirandinha virou o marcador. Aos cinco minutos do segundo tempo, o rapidíssimo Mirandinha partiu do campo do Santos, ganhou na corrida de um marcador, driblou o goleiro que saiu da grande área e tocou por cima de um uruguaio que corria, desesperado, para embaixo das traves. Um golaço. Ao ver a partida sair do controle, os uruguaios começaram a apelar para a violência e pressionar o árbitro japonês Shizuo Takada. O jogo ficou tenso, catimbado, como é de se esperar contra os uruguaios. Mas eles não desistiram de buscar o empate. Aos 36 minutos, cobrando falta, Carrasco acertou um petardo de fora da área no ângulo direito de Rodolfo Rodriguez. Os últimos minutos foram muito nervosos. O zagueiro Russo e Mirandinha trocaram socos, mas não foram expulsos. Logo após a confusão, jogadores reservas e torcedores invadiram o gramado e o tumulto continuou. Apenas Montelongo foi recebeu cartão vermelho. Aos 44 minutos, em uma escapada pela esquerda, Zé Sérgio se aproximou da área como se estivesse esperando a colocação de um companheiro para dar o passe e surpreendeu ao soltar uma bomba no alto da meta de Gualberto. Outro belo gol, que decidiu a vitória e a taça. Conquistada com técnica, inteligência e muita garra a vistosa Copa Kirin hoje está exposta no Memorial das Conquistas do Santos Futebol Clube.

O giro do Santos pela Ásia

O dia 26 de maio de 1972 marcou o início de mais uma etapa do Santos pelo mundo, numa série de 17 jogos invictos pelos campos da Ásia, Oceania e América do Norte. O primeiro compromisso foi no Estádio Olímpico de Tóquio, onde cerca de 65 mil pessoas compareceram para ver o confronto entre a Seleção Japonesa e o Santos, dentre elas o casal de príncipe japoneses que desceu ao gramado para cumprimentar o majestoso time do Rei Pelé. A partida terminou 3 a 0, com dois gols de Pelé, e invasão dos torcedores eufóricos ao campo. Dois dias depois, no domingo, foi a vez do Estádio Nacional de Hong Kong se preparar para receber o Peixe. O bicampeão local, South China, levou de 4 a 2, com grande destaque para Nenê, autor de três gols. Na terça, ainda em Hong Kong, o time da Vila Belmiro enfrentou e venceu por 3 a 1 o Syu Fong. De lá o Santos rumou para Seul, capital da Coreia do Sul, onde enfrentou a seleção coreana. Incentivados pelas 40 mil pessoas que lotaram o Estádio Nacional de Seul, os coreanos conseguiram empatar, depois de começarem perdendo por 2 a 0. Contudo a vitória santista veio com o artilheiro Léo Oliveira, faltando apenas três minutos para término do jogo. A delegação voltou para Hong Kong para mais dois compromissos, o primeiro deles com o Newcastle. Naquele domingo, 4 de junho, o time inglês começou assustando ao abrir 2 a 1 no placar, mas em apenas 15 minutos, Pelé decidiu a partida, marcando três gols e dando os números finais ao jogo: 4 a 2. Na quarta-feira, dia 7 de junho, o Santos empreendeu outra goleada, dessa vez contra o Carolina Hill por 4 a 0. Na sequência o Santos viajou para Bangkok, na Tailândia. No sábado (10), enfrentou e goleou a Seleção de Bangkok pelo placar de 6 a 1. Três dias depois, o time inglês Coventry City arrancou o empate por 2 a 2, antes do Peixe se preparar para atuar Austrália. A primeira vez na Oceania é mais um capítulo especial na história do clube e será contado com exclusividade. Nessa histórica excursão, o Santos ainda voltaria a Ásia, na Indonésia. No populoso país, cerca de 80 mil pessoas compareceram no Estádio Nacional de Jacarta para ver a seleção nacional marcar dois gols contra o poderoso time brasileiro, vencedor do duelo em 3 a 2. Essa partida encerrou a passagem do Santos pelo Oriente. O time ainda viajaria até a América do Norte para cumprir sua missão no exterior. Os 17 jogos invictos deram ao clube o título Fita Azul, o primeiro oferecido pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD) – depois pelo jornal A Gazeta Esportiva – uma honraria concedida aos clubes brasileiros que, após excursões internacionais, retornassem invictos ao país. Nessa excursão, o Santos jogou 17 vezes, com 15 vitórias e dois empates, a maior séria invicta de uma equipe brasileira no exterior da história.

Japão marca o início da conquista da Fita Azul, a Taçados Invictos de 1972

Há 51 anos, no dia 26 de maio de 1972, o Santos vencia a Seleção Japonesa por 3 a 0 com gols de Pelé (2) e Jader e dava início à excursão que levaria sua Fita Azul, a Taça dos Invictos. O eterno Rei Pelé jogou sua única partida com a camisa do Santos na Terra do Sol Nascente na vitória do Alvinegro Praiano em partida amistosa no Estádio Olímpico Nacional de Tóquio. As 53 516 pessoas alcançaram o recorde de público no Estádio Nacional, para ver o confronto. Antes do jogo, o príncipe (futuro imperador) do Japão, Akihito, e a princesa Michiko, desceram ao campo para cumprimentar o Rei do Futebol, Pelé. Naquele 26 de maio, uma sexta-feira festiva para os japoneses, o técnico Jair Rosa Pinto levou a campo a seguinte formação: Cláudio (Cejas), Orlando Lelé, Vicente (Paulo Dávoli), Altivo e Zé Carlos; Leo Oliveira e Nenê; Jader (Ferreira), Alcindo (Adilson), Pelé (Turcão) e Edu. Com a vitória por 3 a 0, com dois gols de Pelé e um de Jade, o Santos garantiu a invencibilidade durante sua excursão e o título da Fita Azul, a Taça dos Invictos. O Santos passou pelo Japão, Hong Kong, Tailândia, Austrália, Indonésia, Estados Unidos e Canadá. O troféu pelos 17 jogos do Santos sem derrotas foi entregue ao Santos no Morumbi, diante do São Paulo, no dia 23 de julho de 1972.

O Santos no hino do Olympiacos

O Santos era favorito na sua última partida pela excursão europeia de 1961. O timeestava invicto há 16 partidas, tinha conquistado o Torneio Paris e o Torneio da Itália e seencaminhava para fechar uma sequência de jogos impecável, faltando encarar oOlympiacos da Grécia, antes de regressar ao Brasil.Naquele 4 de julho de 1961, um domingo, o estádio Apostolos Nikolaidis estava lotadopara receber o recente vencedor da Copa da Grécia, atual vice-campeão grego, e oespetacular Santos Futebol Clube de Pelé. Com todos os jogadores à disposição, otécnico Lula escalou o time com Laércio, Getúlio e Mauro; Zito (depois Pagão) e Lima;Dorval (depois Sormani), Mengálvio (depois Formiga), Coutinho, Pelé (depois Bé) ePepe.Nem bem o jogo começou e o Santos foi surpreendido com um gol do adversário. Numabola defensável, Laércio falhou no chute de Possidom e o time grego começou nafrente, para delírio dos 26 mil espectadores. Desestabilizado, o Peixe viu o Olympiacosampliar a sua vantagem ainda no primeiro tempo, aos 43 minutos com Surunis.Na volta do intervalo foi a vez do Santos reagir. Aos cinco minutos, em um gol contra, otime diminuiu o marcador. A comemoração durou pouco. Com o jogo em andamento, oatacante Coutinho acabou revidando uma agressão e foi expulso. Além do prejuízonumérico, o Santos perdeu sua maior estrela, quando Pelé foi substituído por contusão.Aos 43 minutos o empate teria chegado, mas o árbitro, inexplicavelmente, anulou o golde Pepe.Apesar da derrota santista e da fraca arbitragem, a partida entrou para a história dos doisclubes. O feito foi tão significativo e simbólico para o Olympiacos que o clube passou acitar a vitória no próprio hino: “Eles ainda lembram do seu nome: o Santos de Pelé”.Ao Santos, além da homenagem, ficou a história de uma excursão incomparável emnúmeros: foram 14 vitórias, duas derrotas, 80 gols marcados e 41 sofridos.

COM PRESENÇA DE ÍDOLOS CAMPEÕES EM 1998, PRIMEIRA EDIÇÃO DA ‘SANTOS TOUR’ ENCANTA TORCEDORES EM ROSÁRIO

A primeira edição da ‘Santos Tour’, novo produto de experiências do Santos FC, começou em grande estilo. Os 20 torcedores do Peixe que adquiriram o pacote de viagem viveram momentos inesquecíveis nesta segunda-feira (1). Acompanhando o Alvinegro Praiano na Argentina, eles participaram de um jantar e bate-papo ao lado dos ídolos Claudiomiro, Narciso e Alessandro Cambalhota, que conquistaram a Copa Conmebol de 1998, a famosa ‘Batalha de Rosário’.  Após ouvirem as histórias inesquecíveis da decisão contra o Rosário Central, onde Narciso foi o capitão e Claudiomiro anotou o gol do título, os torcedores puderam tirar fotos e pegar autógrafos com os ídolos. Além disso, todos ainda tiveram a oportunidade de tirar foto segurando a taça da primeira conquista internacional do Santos FC pós-Era Pelé. “A gente fica muito feliz que, quase 25 anos depois, temos a oportunidade de voltar aqui com o time profissional para jogar pela Sul-Americana. E gostaria de parabenizar o pessoal do marketing por fazer essa ação e relembrar tudo que aconteceu em 1998. Agradecer todos os torcedores que vieram com a gente no avião e agora participaram desse evento aqui em Rosário. Eu, o Narciso e o Alessandro Cambalhota estamos felizes demais com a oportunidade de contar essa história novamente”, disse o ex-zagueiro e hoje auxiliar técnico Claudiomiro, autor do único gol na decisão de 1998. “A cada ano que passa eu acho que esse título é muito mais valorizado. A gente percebe isso a cada ano e nas ações que são feitas, como essa de hoje aqui. É um título internacional e que estava preso na garganta da torcida. E também por toda a dificuldade que enfrentamos na final”, afirmou Narciso, capitão da equipe na Batalha de Rosário. Antes do evento no hotel em Rosário, os torcedores que adquiriram o pacote ‘Santos Tour’ também tiveram a oportunidade de embarcar para a Argentina no mesmo voo fretado da delegação profissional do Santos FC. O pacote também incluiu o ingresso para o jogo do Peixe contra o Newell’s Old Boys nesta terça-feira (2), às 21h30, no estádio Marcelo Bielsa, pela 3ª rodada da Conmebol Sul-Americana. “Só tenho que agradecer a ‘Santos Tour’ por me proporcionar estar aqui ao lado de todos esses ídolos. Eles conversaram com a gente como se nos conhecessem há 20 anos. Foi muito emocionante estar aqui com todos eles”, ressaltou Sérgio Sato, torcedor que adquiriu o pacote ‘Santos Tour’. Fiquem atentos, pois novas ações da ‘Santos Tour’ estão no planejamento para acontecerem ainda em 2023. (Fotos: Raul Baretta/ Santos FC)

PELÉ E MARADONA SÃO HOMENAGEADOS EM ENCONTRO ENTRE SANTOS FC E ARGENTINOS JUNIORS

O time que revelou ao mundo o Rei Pelé, visitou cordialmente a equipe que formou o craque Diego Maradona, e juntos, fizeram uma linda homenagem para as duas lendas do futebol, neste último domingo (30). Em mais um etapa do Santos do Mundo, a delegação santista, desembarcou na Argentina, e foi recebida em Buenos Aires, na sede da equipe do Argentinos Juniors, pelo vice-presidente Javier Pederzoli, pelo coordenador de marketing, Martin Talarico e pelo diretor Emiliano Chavarria. “É um grande prazer fazer esse encontro entre Pelé e Maradona mais uma vez. E após essa visita, conseguimos identificar semelhanças entre os dois clubes, e encontramos uma equipe irmã para nós”, disse o vice-presidente Javier Pederzoli. As duas equipes trocaram placas com mensagens referentes aos dois craques para eternizar esse momento. Além das placas, uma camisa do Santos FC com o número 10 e com o nome de Diego Maradona foi entregue ao time argentino, e uma camisa do Argentino Juniors foi dada de presente ao Peixe também com o número 10 e o nome de Pelé. O vice-presidente José Carlos de Oliveira representou o time da Vila Belmiro na troca das homenagens. E em uma linda ação, as duas camisas foram colocadas no meio campo, e em volta, o número 10 feito por bolas, relembrando a imagem do Rei Pelé em volta do número 1.000 também feito com bolas, após o feito do milésimo gol. “Estamos muito felizes em homenagear Pelé e Maradona, principalmente por serem os clubes que formaram essas duas lendas. Viemos para a Argentina para celebrar a grandeza e a genialidade deles, e é também mais um forma do Santos FC se aproximar de clubes ao redor do mundo, e espalhar a marca santista pelo planeta, que é a ideia principal do projeto Santos do Mundo”, afirmou José Carlos de Oliveira. Santos FC e Argentinos Juniors na históriaOs dois clubes confrontaram-se apenas duas vezes ao longo dos anos. Pela Supercopa da Libertadores de 1991, eles se encontraram pela fase de oitavas de finais da competição. Na primeira partida, o Peixe saiu vitorioso por 2 a 1, com gols de Paulinho McLaren e Pedro Paulo, em jogo realizado em Buenos Aires. Já na partida de volta, no Estádio Mané Garrincha, o jogo não saiu do 0, e o time santista saiu com a classificação.

El Mayor Espectaculo del Mundo

Em maio de 1971 surgiu uma nova oportunidade para o Santos jogar no exterior. O time tinha trocado de técnico. Antoninho foi demitido e Mauro Ramos de Oliveira assumiu o seu lugar. A equipe seguiu para dois jogos na Bolívia. E foi na cidade de Santa Cruz de La Sierra o anuncio mais famoso de um jogo de futebol. O cartaz exibia o Santos como “El mayor espectaculo del mundo”. O jogo agradou as 15 mil pessoas que assistiram a vitória santista por 4 a 3 contra o Oriente Petrolero, no Estádio Willian Bendeck. O locutor do estádio não cansava de repetia nos autofalantes: “Senhoras e senhores, o Rei Pelé jogou 90 minutos em Santa Cruz de La Sierra”. A grande atração continuou fora do estádio. Os adoradores bolivianos cercaram o ônibus e muitos subiram no teto, enquanto outros esvaziavam os pneus do veículo. O atacante Ferreti estava irado, mas Pelé acalmava os ânimos. No fim tudo acabou bem e o espetáculo pode seguir para a capital La Paz.

Primeira vez fora do Brasil

O Santos é um o clube brasileiro que mais atuou fora do país. Visitou mais de 70 países e é reconhecido internacionalmente pelos seus feitos e glórias. Mas essa história internacional começou quando o clube já estava perto de completar 42 anos, em um domingo, 21 de março de 1954, quando o Alvinegro realizou sua primeira partida em território estrangeiro. O batismo ocorreu na cidade de La Plata, na Argentina, contra o Gimnasia Y Esgrima, que vivia uma boa fase. Para saber como foi esse jogo histórico, recorremos a um trecho do livro “Santos FC, o maior espetáculo da Terra”, de Odir Cunha e Marcelo Lúcio Fernandes: O voo da Varig transcorreu sem incidentes e o Santos chegou ao Hotel Royal, em Buenos Aires, na tarde da mesma quinta-feira, 18 de março, em que viajou. De lá, a delegação seguiu em ônibus especiais para a cidade de Eva Perón, atual La Plata, a fim de visitar a sede do Gimnasia y Esgrima. Mesmo sem ser considerado um dos grandes do país, o Gimnasia estava em uma boa fase. Tinha sido o sexto colocado no campeonato argentino de 1953, à frente do Boca Juniors, e não perdera nenhuma partida para os grandes jogando em seu estádio. Um coquetel foi servido na sede do Gimnasia. De lá, todos seguiram para um banquete nos salões do Jóquei Clube da cidade. Após as sobremesas, discursaram Carlos Inssua, presidente do Gimnasia, e Aflalo Filho, chefe da comitiva do Santos. Vivia-se uma época em que a rivalidade esportiva não anulava a cortesia social.  No dia seguinte a chuva atrapalhou os treinos do Santos no campo do Platense, outro clube da cidade. Baez, centroavante que não poderia jogar oficialmente pelo Platense até outubro, se ofereceu para defender o Santos, mas no final acabaria se transferindo para a Colômbia.  Tarde de domingo, 21 de março de 1954, o Santos entrou em campo, no estádio Juan Carmello Zerillo, em La Plata, para a sua primeira partida no exterior. Inaugurado em 26 de abril de 1924, o estádio existe até hoje e tem capacidade para 21.500 pessoas. O técnico italiano Giuseppe Ottina escalou o Alvinegro Praiano com Barbosinha, Hélvio e Feijó (depois Ivan); Cássio, Formiga e Zito; Del Vecchio, Walter, Álvaro, Vasconcelos (Hugo) e Tite. O Gimnasia Y Esgrima formou com Riviera, Sandria e Perocino; Gonzalez, Arco e Rosário; Gallardo, Maravilla, Nazardo (Gutierrez), Martinez e Barpiã. A arbitragem esteve a cargo do inglês John Dykkens. Sem se inibir, o Santos fez um jogo equilibrado com o Gimnasia, empatando em 1 a 1. Um bom público acompanhou a partida, proporcionando a renda de 179.625 pesos. Martinez marcou o gol da equipe argentina e o jovem Del Vecchio deixou o nome na história ao assinalar o primeiro gol santista em gramados estrangeiros. Vale a pena conhecer um pouco mais daquele que seria o artilheiro do Campeonato Paulista de 1955 e chegaria a fazer nove jogos pela Seleção Brasileira.  Em primeiro lugar, seu gol histórico. O Santos perdia por 1 a 0, gol de Martinez, de cabeça, aos quatro minutos de partida, e ainda era pressionado pelo time local. Aos 26 minutos desse primeiro tempo o Gimnasia atacava quando o clássico zagueiro Hélvio não quis saber de brincadeira e aliviou o perigo com um chutão. A bola pegou a defesa argentina adiantava e deu ao rápido Del Vecchio a possibilidade de penetrar, livre, e desferir um chute forte, que o experiente Villera não pôde defender. Com 19 anos, Emanuelle Del Vecchio era um atacante de muita garra, com chute forte e preciso, um Menino da Vila de ouro.  Nascido na cidade de São Paulo, começou no infantojuvenil do Santos em 1951 e chegou à equipe principal em 1953. Além de artilheiro do Paulista de 1955, com 23 gols, Del Vecchio fez dois gols na vitória de 4 a 2 sobre o São Paulo que decidiu o título paulista de 1956. Em 1957 transferiu-se para o Verona, da Itália, país onde também defendeu Napoli, Padova e Milan. Jogou ainda por Boca Juniors, São Paulo, Bangu e Atlético Paranaense. Como técnico, dirigiu o Santos em 1984, antes de ser substituído por Carlos Castilho, que levou o time ao título paulista daquele ano. Del Vecchio morreu aos 61 anos, assassinado por arma de fogo, em Santos . Fez 180 jogos pelo Alvinegro Praiano, marcando 180 gols, um deles o primeiro do time no exterior.  A estreia do Santos causou boa impressão na imprensa argentina. Os exigentes cronistas portenhos gostaram da equipe e, principalmente, da habilidade e da classe de alguns jogadores. Hélvio, Feijó, Del Vecchio e Álvaro foram os mais elogiados. Enalteceram também o jogo limpo e a elegância dos santistas.  Em meio aos treinamentos no Platense, na quinta-feira, dia 25, a delegação brasileira foi recebida pelo presidente Juan Domingo Perón na Casa Rosada. Os santistas portaram-se exemplarmente. Com o objetivo de manter a disciplina do grupo, fora criada uma comissão de jogadores formada por Hélvio, Hugo e Formiga, e presidida pelo técnico Giuseppe Ottina. Havia espaço para brincadeiras e cantorias, mas com responsabilidade. Após praticamente um mês em solo argentino, a delegação santista retornou à cidade de Santos a bordo do conhecido e luxuoso transatlântico Ana C. Algumas partidas dessa excursão foram transmitidas pela Rádio Atlântica de Santos, a popular PRG-5 na voz do saudoso Ernane Franco. Nesse primeiro giro em terras sul-americanas, o time da Vila Belmiro jogou oito partidas, com três vitórias, três empates e duas derrotas. O Alvinegro marcou 19 gols e sofreu outros 14. Os artilheiros nesses jogos foram: Del Vecchio (4), Vasconcelos (4), Tite (3), Hugo (3), Walter Marciano (3), Álvaro (1) e Picot, fez um gol contra para o Santos. Negociações pela excursão A princípio, o Santos jogaria na Colômbia, Venezuela, Peru e Equador, porém, segundo um telegrama enviado pelo empresário D’ Agostini a Marcelo de Castro Leite, representante do Santos em São Paulo, a excursão teria de ser suspensa devido aos incidentes ocorridos em 4 de março na Cidade do México, na partida em que o Vasco da Gama vencera

Nous irons voir Pelé sans payer – Uma Revolução na Martinica

No dia 23 de janeiro de 1971, o Santos cumpriu o seu compromisso em Fort-de-France, capital da Martinica, uma possessão francesa na América Central. Se dentro de campo, o jogo correu a tranquilidade de um amistoso, fora dele a confusão levou a uma crise política.  O preço normal dos ingressos no Estádio Louis-Achille era de cinco, no máximo dez francos, mas os organizadores decidiram cobrar 100 francos por uma entrada. O valor exorbitante afastava a maioria dos admiradores do espetáculo e uma revolta tomou conta. Naquela ocasião, um grupo recém-formado de extrema-esquerda, intitulado “Grupo de Ação Proletária”, criou um movimento batizado “Nous irons voir Pelé sans payer” (Nós vamos ver Pelé sem pagar).  A Seleção de Martinica seguiu treinando para enfrentar o poderoso Santos, enquanto o povo pressionava as autoridades por meio de uma campanha com cartazes, folhetos, grafites, eventos e até greves. O governo cedeu diante da pressão popular e pela primeira na história do país, um evento foi televisionado ao vivo para a região e também para o exterior. A derrota de Martinica por 4 a 1 em nada abalou o entusiasmo da torcida. O que ela queria mesmo era ver Pelé e o esquadrão do Santos. Abel, Douglas, Edu e Pelé deram o número santista ao marcador, enquanto Aurella marcou para o time local. O ponta-esquerda Edu se lembra da expressão e do comportamento dos jogadores adversários. Em determinado momento do jogo, o atacante não sabia mais se eles estavam jogando ou apreciando o Santos jogar.  Nesse dia histórico para os martinicanos, o técnico Antoninho levou a campo Cejas (Edevar), Lima, Ramos Delgado (Paulo), Orlando (Oberdan) e Rildo; Leo Oliveira (Marçal) e Nenê (Turcão); Árlem (Abel), Picolé (Douglas), Pelé e Edu.