No dia 26 de fevereiro de 1960, o Santos foi a Lima, no Peru, enfrentar o time do Universitário. Novamente por imposição dos diretores do time da casa, o Santos deixou de jogar com o seu uniforme “impertubavelmente” branco, como gostava de falar Guilherme Gonçalves, e foi obrigado a jogar com camisas listradas em azuis e vermelhas, pertencentes ao River Plate, um time amador de Lima, que gentilmente cedeu o uniforme ao Peixe, já que o time do Universitário não respeitou a condição de visitante do time praiano. O Santos, derrotado por 3 a 2 (gols de Dorval e Pepe), formou com Laércio, Urubatão, Getúlio e Dalmo; Formiga e Zito; Dorval, Afonsinho, Pagão, Pelé e Pepe.
Após o jogo, Pelé foi conduzido ao hospital local por estar com fortes dores na garganta e ficou constatado que o craque precisava ser operado o mais rápido possível, pois estava com amidalite. Um curioso incidente verificou-se no “Cárcere Central” com a delegação santista, quando a mesma foi visitá-lo, a exemplo de outras delegações de times visitantes e que a pedido e quando têm oportunidade, fazem exibições de futebol no pátio fronteiriço, para os reclusos.
O jogador Pelé, alvo de admiração geral esteve, entretanto, a ponto de ser “depenado”. Quando percebeu em meio a abraços e cumprimentos, dos presos que se estendiam em extensa fila, ia ficando sem o relógio e pulseira de ouro, avaliada em dezenas de milhares de cruzeiros. Pelé reagiu incontinenti, porém no ligeiro tumulto que se seguiu, um outro preso já carregava a corrente e a medalha de ouro que Pelé ostentava no pescoço. Nesse instante, interveio um policial e aos berros e empurrões fez sair da fila os dois gatunos, dizendo que os mesmos seriam severamente punidos.
Passado o incidente, Pelé guardou todos os pertences que carregava, voltou sozinho passando diante de todos os presos, que imediatamente organizaram uma verdadeira manifestação de desagravo. Minutos depois, Pelé retirou-se acompanhado dos demais membros da delegação.