Num mesmo 17 de outubro, há exatos 12 anos, as Sereias da Vila conquistavam, de forma invicta, o bicampeonato da Libertadores Feminina após vencerem o Everton do Chile na decisão. Um ano após a conquista de 2009, a Melhor do Mundo Marta não fazia mais parte do time, mas a base havia sido mantida com craques como Cristiane e Maurine.
A CAMPANHA
Mais uma vez, o Santos representava o Brasil entre as 10 equipes participantes, se classificando após conquistar a Libertadores e a Copa do Brasil em 2009. A competição foi dividida em dois grupos com cinco equipes cada, em que os dois melhores times se classificavam para as semifinais.
A sede única escolhida para a competição foi a Arena Barueri, colocando ainda mais o favoritismo para as Sereias, que jogariam mais perto da torcida.
Na primeira fase, o Peixe venceu todas as suas quatro partidas de forma convincente e avançou com 22 gols marcados, uma média de 5,5 gols por jogo.
Já nas semifinais, as Sereias tiveram pela frente a tradicional equipe do Boca Juniors, atual campeã argentina. A partida envolvia duas grandes equipes, e mesmo com o favoritismo santista, o jogo foi decidido na parte final. Aos trinta minutos da segunda etapa, Maurine bateu falta no cantinho direito da goleira argentina e colocou o Peixe na frente. Logo na sequência, Suzana aproveitou bola sobrada na área, marcou o segundo e garantiu as Sereias em mais uma final continental.
A DECISÃO
As Sereias da Vila tiveram pela frente a forte equipe chilena do Everton e o técnico Kleiton Lima levou a campo Andréia Suntaque, Aline Pellegrino, Thorunn (depois Suzana) e Renata Costa; Ester, Maurine, Thais e Joice (Dani); Pikena (Beatriz), Grazi e Cristiane.
Diferente da final do ano anterior, um equilíbrio tomou conta da partida e a primeira etapa não foi de muitas oportunidades para nenhuma das equipes. Já no segundo tempo, com os minutos passando, as Sereias tentavam de todas as maneiras chegar ao gol, mas a equipe chilena mostrou grande solidez defensiva. Até que, aos 44 minutos do segundo tempo, foi marcada uma falta na intermediária para o Santos bater, curiosamente na mesma posição em que Maurine marcou contra o Boca Juniors nas semifinais. Após alguma conversa para definir a batedora, Maurine se encaminhou para a bola, e diferente da semifinal, mandou no cantinho esquerdo da goleira, fazendo um lindo gol que seria o gol do bicampeonato da Libertadores para as Sereias da Vila.
Usando a camisa 10, que foi da Rainha Marta em 2009, Maurine também foi decisiva e fez a alegria da torcida santista presente em Barueri.
Quis o destino que a história do Futebol Feminino do Peixe repetisse o Santos de Pelé, sendo a primeira equipe brasileira a ser campeã e bicampeã da América, com a segunda conquista acontecendo de forma invicta.