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Encontro de Majestades

No conturbado ano de 1968, marcado pelo auge da Guerra Fria e pelo assassinato de Martin Luther King, ativista negro que lutou pela igualdade de direitos, a rainha Elizabeth II da Inglaterra curvou-se para o Rei do Futebol, Pelé.

Era o dia 10 de novembro e o mundo presenciava o encontro extraordinário de majestades no templo do futebol, o Maracanã. O desejo da rainha foi atendido e a partida entre as seleções paulista e carioca aconteceu num clima amistoso.

A seleção carioca, com seu tradicional uniforme azul, entrou em campo com Félix, Moreira, Brito, Leônidas e Paulo Henrique; Carlos Roberto, Gérson e Paulo César; Nado, Jair e Roberto.

Nada menos do que seis jogadores santistas, além do técnico Antoninho Fernandes, compunham a Seleção Paulista. Carlos Alberto, Rildo, Clodoaldo, Pelé, Toninho Guerreiro e Abel vestiram as camisas listradas em preto e branco, com detalhes vermelhos na gola e formaram com Picasso, Jurandir, Dias, Rivelino e Paulo Borges, o elenco paulista.

Os ilustres visitantes ocuparam as cadeiras de honra do estádio e assistiram Pelé marcar o 900º gol de sua carreira para o entusiasmo dos 100 mil torcedores que ocuparam as arquibancadas. A Seleção Paulista venceu o confronto por 3 a 2 e garantiu o prêmio de um milhão de cruzeiros.

Foi das mãos da rainha que Pelé, ao lado do capitão dos cariocas, Gérson, recebeu a taça. Ao ser apresentada ao Rei do Futebol, a rainha teria dito a seguinte frase: “Eu sei. Já o conheço de nome e me sinto muito feliz em cumprimentá-lo”.

Passadas quase três décadas, um novo encontro entre as majestades. Na ocasião em que foi Ministro do Esporte, em 1997, Pelé recebeu o título de Cavaleiro da Coroa Britânica.

Hoje, após 54 anos do evento memorável no Maracanã, o mundo se despediu da rainha Elizabeth. Ela deixa um legado enorme ao povo britânico e o respeito e a admiração de todo o povo brasileiro.

Gabriel Pierin, do Centro de Memória

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